A CMTU recebe, por mês, uma média de 100 denúncias relacionadas a terrenos com mato alto. Em 30 dias, as equipes roçaram área equivalente a 10 campos de futebol
Desde o fim de janeiro, companhia vem fazendo roçagem de áreas privadas; donos são multados pela falta de cuidado
Morador do Parque Universidade, na zona oeste de Londrina, há cerca de 26 anos, Ranildo de Lima tem convivido praticamente todo este período com o mesmo problema: o mato alto no terreno baldio que fica ao lado da casa onde vive com a família. “O mato está mais alto que a minha cerca elétrica. Ele encosta na cerca e não consigo ligar”, apontou. A localidade ainda conta com uma viela. “Gera insegurança, porque nunca sabemos o que pode sair desse mato”, apontou.
O dono do espaço seria de Rolândia (Região Metropolitana de Londrina), entretanto, os vizinhos relataram que raramente ele realiza a roçagem. Diante das inúmeras reclamações, a CMTU (Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização), por meio de empresa terceirizada, fez a limpeza do lugar. Desde o fim de janeiro, 100 terrenos particulares já foram roçados pelo órgão por conta da falta de cuidado, totalizando 95 mil metros quadrados.
A multa para os proprietários é de aproximadamente R$ 3 o metro quadrado, incluindo a taxa administrativa sobre os trabalhos executados. “A situação é alta, mas vemos que muitos proprietários estão fazendo a roçagem, o que não víamos em outros anos. Pedimos para as pessoas manterem os terrenos limpos, porque ao invés de pagarem em torno de R$ 700, R$ 800, podem contratar alguém e pagar R$ 150, R$ 200, ou seja, é bem mais barato”, alertou Álvaro Nascimento, gerente de Limpeza Urbana da companhia.
Todo o início de ano, a prefeitura faz a notificação dos donos de terrenos particulares em diário oficial, para a realização da roçagem. Em 2021 o prazo foi encerrado em 20 de janeiro. Para comprovar o trabalho, a equipe da terceirizada registra em fotos o antes e depois do local, com uma placa contendo informações sobre o lote. Para comprovar a data é colocada uma capa da FOLHA.
Parte das imagens é impressa na multa enviada aos donos. Caso não quite, o valor vai para dívida ativa. “Esta época do ano é propícia para a procriação do mosquito transmissor da dengue e estamos preocupados com essa situação também. Quando o terreno está com mato alto, podem aproveitar e descartar lixo de forma irregular. Se este ato não é pego em flagrante, a obrigação da limpeza é do proprietário do imóvel e também cabe multa (pelo entulho)”, explicou.
QUEIXAS
No Parque Ouro Branco, região sul, uma vizinha de área privada descuidada, que preferiu não ser identificada, contou que é comum encontrar animais peçonhentos dentro da residência. “Os bichos vêm todos do matagal. É muita falta de respeito. Já cansei de ver focos (do mosquito Aedes aegypti) no meio do lixo que jogam. Como ninguém limpa, se sentem no direito de fazer o despejo”, criticou.
A CMTU vai até os locais com irregularidades a partir de denúncias da população, de listas do órgão com endereços de trabalhos já executados anteriormente e quando servidores encontram o problema ao saírem pelas ruas. “Recebemos a reclamação, o fiscal vai no lugar e, se procede, executamos no futuro, o que dá de dois a três dias”, explicou Álvaro Nascimento. São aproximadamente 100 queixas por mês.
ÁREAS PÚBLICAS
Concomitante à roçagem de áreas particulares, também acontece o corte de mato nos terrenos que pertencem ao município e demais espaços públicos, como rotatórias e canteiros. Segundo o gerente de Limpeza Urbana da companhia, cinco equipes de empresa contratada fazem a atividade diariamente durante os meses com maior incidência de chuvas e calor.
A previsão é de que na semana que vem os trabalhadores atuem nos jardins Cláudia e Guanabara, na zona sul, e no residencial Vista Bela, norte. “Pedimos um pouco de paciência a todos. Iremos chegar o mais rápido possível. As chuvas, às vezes, atrapalham, porque é um dia perdido que temos que repor quando tem Sol”, justificou.
SERVIÇO
Reclamações sobre mato alto podem ser registradas por meio do telefone 3379-7900 ou no site cmtu.londrina.pr.gov.br .