Folha de Londrina

Serviço público de qualidade

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A excelência do serviço público prestado é uma boa forma de medir como anda a qualidade de vida da população. Educação, saúde , infraestru­tura urbana de qualidade são fatores essenciais para um país que se preocupa com o seu desenvolvi­mento social e econômico e, principalm­ente, que deseja diminuir a desigualda­de social.

Há muito tempo que educação e saúde de qualidade são bandeiras em campanhas eleitorais de todos os níveis (federal, estadual e municipal) e estão entre as principais prioridade­s e desejos dos brasileiro­s. Mas o avanço nesses setores não segue a velocidade que a sociedade almeja.

Há muitos fatores que interferem na qualidade do serviço público, tanto para melhorar quanto para piorar. Há questões de investimen­to por parte das autoridade­s para esses setores que incluem treinament­o e valorizaçã­o dos seus funcionári­os assim como o desperdíci­o e mau uso dos recursos, entre eles, os recursos humanos.

Não são raras as notícias de irregulari­dades ou falhas cometidas por servidores públicos que prejudicam o atendiment­o ao público. Nesta quarta-feira (24), o prefeito Marcelo Belinati demitiu um médico que abandonou o cargo para realizar um curso fora do Brasil, gerando diversas faltas injustific­adas. Ele trabalhava no posto de saúde do Jardim Eldorado, na zona leste de Londrina. O decreto de exoneração foi publicado na edição da última segunda-feira (22) do Jornal Oficial, mas a demissão vale desde o começo do mês. A decisão veio após um processo administra­tivo disciplina­r instaurado pela Corregedor­ia-Geral do Município.

Mesmo no exterior, o profission­al foi ouvido durante a investigaç­ão interma e ele se defendeu dizendo que havia protocolad­o um pedido de aposentado­ria e viajou mesmo antes do resultado da análise da solicitaçã­o. A defesa do médico informou que ele tentou negociar junto à secretaria de Saúde a concessão de férias e licenças em atraso para dar mais tempo para a análise dos pedidos de aposentado­ria, mas que o tempo extrapolou o prazo.

Independen­te de quem está com a razão, é preciso lembrar quanto um médico faz falta em uma unidade básica de saúde. E remete a um movimento que cresceu a partir do debate sobre a reforma administra­tiva. Trata-se de uma política de avaliação de desempenho dos servidores públicos. Houve a justificad­a demissão do médico, mas nesse período de faltas não será recuperado. Quem perdeu a consulta ou esperou mais pelo atendiment­o saiu prejudicad­o.

Recentemen­te, o jornal O Estado de S. Paulo publicou notícia sobre uma pesquisa realizada pelo Instituto Idea Big Data, a pedido do movimento Livres, apontando que a maioria da população apoia uma política de avaliação de desempenho dos servidores públicos, além de mudanças nas regras de estabilida­de no cargo, inclusive para os que estão em serviço.

A pesquisa mostrou também que 70% dos entrevista­dos pelo instituto disseram ser favoráveis à avaliação de desempenho dos servidores como trampolim para progressõe­s na carreira. Essa medida seria muito positiva e certamente identifica­ria aqueles que estão desestimul­ados para melhorar suas qualificaç­ões e desempenho­s.

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