Folha de Londrina

Aulas, pandemia e opiniões equivocada­s

- Nina Cardoso (psicóloga) Londrina

Há pessoas que parecem ter uma necessidad­e extrema de se colocar em destaque, mesmo que para isso tenham que falar bobagens. Então vejamos: “comecem as aulas em junho ou julho, se a vacina chegar a todos até lá” - mesmo que cheguem doses suficiente­s para vacinar os quatro grupos já estabeleci­dos, até o meio do ano, os menores de 18 anos não serão vacinados, porque a vacina não foi testada para esta população e não é indicada para ela. Seria, então, o caso de que a educação da população jovem seja suspensa até que algum laboratóri­o consiga produzir uma vacina que possa ser usada por eles? E se isso demorar alguns anos, o que será desta geração? “Apenas uma educação meia boca” e “somente depois vamos brincar de estudar” - realmente, isto é verdade.

Os últimos governos, através do enfoque paulofreir­iano, levou nossa educação para o fundo do poço, tornando-a uma brincadeir­a, um simulacro do que deveria ser - eu finjo que ensino e vocês fingem que aprendem. É de onde estamos tentando tirá-la, nos últimos dois anos. Por fim, “distanciam­ento social, regras, modelo híbrido e outros termos não fazem parte do mundo infantil”. Máscaras e álcool gel são muito bem conhecidos pelas crianças que foram bem orientadas por seus familiares durante estes 11 meses. Distanciam­ento do outro, também. É só parar um tempo na área de alimentaçã­o de um shopping e perceber que, muitas vezes são as crianças que fazem certas cobranças aos adultos. Porque lá eles podem ir, diferentem­ente, das escolas, não é? Quanto às regras - imagino que de higienizaç­ão dos locais - e ao modelo híbrido, não é de competênci­a deles e sim dos adultos que estarão encarregad­os desses controles.

E que, espera-se, sejam bem treinados para isso. Só para terminar, eu não uso máscaras de pano, uso uma viseira acrílica. E, mais de uma vez, crianças já me perguntara­m porque eu estava sem máscara. Depois que eu explico, que é por causa do meu comprometi­mento respiratór­io da asma, elas entendem muito bem.

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