Folha de Londrina

Prefeitura demite médico que deixou cargo por viagem

Profission­al atendia em UBS da zona leste e abandonou a função para realizar curso fora do país; defesa diz que servidor adotou precauções para não prejudicar município

- Rafael Machado

O prefeito Marcelo Belinati (PP) demitiu um médico que abandonou o cargo para realizar um curso fora do Brasil, gerando diversas faltas injustific­adas. Mauro Tanaka trabalhava no posto de saúde do Jardim Eldorado, na zona leste de Londrina. O decreto de exoneração só foi publicado na edição da última segunda-feira (22) do Jornal Oficial, mas a demissão vale desde o começo do mês. A decisão veio após um processo administra­tivo disciplina­r instaurado pela Corregedor­ia-Geral do Município.

“Entramos em contato com o servidor, que foi notificado da irregulari­dade. Ele poderia ter comparecid­o, explicado o motivo de ter viajado e deixado a função, mas isso não aconteceu. É preciso obedecer a uma série de regras quando se afasta do serviço público, pedir uma licença não remunerada, por exemplo. Houve esse pedido dele para a Secretaria de Saúde, que negou o benefício justamente pela importânci­a do médico em uma unidade básica. Mesmo assim, a ordem de continuar trabalhand­o foi desobedeci­da”, explicou o corregedor­geral da prefeitura, Alexandre Trannin.

Apesar de estar no exterior, Tanaka foi ouvido durante a investigaç­ão interna. “A tese da defesa é que foi protocolad­o um pedido de aposentado­ria, mas o investigad­o resolveu viajar antes mesmo do resultado da análise da solicitaçã­o. Há uma outra falha aí. Se você pede para se aposentar não é garantia de que irá realmente se aposentar. As ausências sem nenhuma justificat­iva começaram a partir de dezembro de 2018. Desde a data da viagem até a conclusão da nossa apuração, foram mais de 570 faltas”, disse Trannin.

OUTRO LADO

Em nota, a defesa do médico disse que ao contrário da análise da Corregedor­iaGeral da prefeitura, o servidor adotou precauções necessária­s para não prejudicar o município, “inclusive buscando junto ao secretário de Saúde a concessão de férias e licenças em atraso para dar o tempo mais do que necessário para a análise dos pedidos de aposentado­ria a que tinha direito.”

Ainda acrescenta que a demora em analisar os pedidos de aposentado­ria excedeu o limite razoável. “Pois foi mais de um ano para que os pedidos saíssem da mesa da Autarquia Municipal de Saúde, mas isso foi proposital­mente ignorado pelo município em sua decisão, punindo injustamen­te um servidor que se dedicou a mais de 20 anos de serviço público irrepreens­ível, sendo que as medidas legais estão sendo tomadas.”

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Vivian Honorato/N.Com Médico atuava em posto de saúde do Jardim Eldorado, zona leste da cidade

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