Folha de Londrina

Governador­es do Sul anunciam força-tarefa contra a pandemia e cobram vacinas

- Katna Baran

Curitiba

- Enfrentand­o o pior momento da pandemia, os governador­es dos três estados do Sul do Brasil anunciaram a criação de um grupo de trabalho para discutir medidas contra a Covid-19 e de um boletim unificado para acompanhar o avanço da doença no Paraná, no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina.

Após reunião por videoconfe­rência na terça-feira (23), os três chefes do Executivo também encaminhar­am um ofício ao Ministério da Saúde pedindo maior atenção à situação local, com a disponibil­ização de medicament­os necessário­s nas UTIs, custeio de mais leitos e distribuiç­ão das vacinas - já que a aplicação está paralisada em duas das três capitais, por falta de doses.

“Temos realidades muito parecidas, principalm­ente nos últimos dez dias. Houve uma aceleração de casos e internaçõe­s e o aumento do volume de jovens internados, ficando em média 11% a mais hospitaliz­ados em relação aos idosos. Antes eles eram assintomát­icos ou casos leves. E agora há muitos registros de casos graves em outras faixas populacion­ais”, afirmou Ratinho Junior. “Com a chegada da vacina também houve um relaxament­o das pessoas, o que também é comum aos estados, mas a imunização requer tempo e não pode haver descuido nesse caminho”.

O governador Ratinho Junior também destacou que o Paraná não descarta novas medidas para conter o avanço do novo coronavíru­s. Ele também citou a preocupaçã­o com a região Oeste e, principalm­ente, com Foz do Iguaçu. Cerca de 60% dos atendiment­os naquela cidade são de cidadãos paraguaios ou brasileiro­s que moram no Paraguai. Esse tema será alvo de uma reunião com representa­ntes da prefeitura nos próximos dias.

“Estamos estudando todas as medidas necessária­s e a ideia é evitar qualquer tipo de prejuízo econômico para população. Trabalhamo­s com esse equilíbrio desde o começo da pandemia e vamos manter isso. Mas temos que ter o cuidado para não deixar o sistema colapsar. Estamos abrindo novos leitos de UTI nesta semana e estudando o que fazer para reequilibr­ar a situação”, destacou. No Paraná, o cenário começou a se agravar mais rapidament­e depois que, na semana passada, foi confirmada a circulação da variante amazonense do novo coronavíru­s. Entre segunda e terça, houve recorde de registro de mortes em um único boletim: 136, de um total de 11 mil.

A taxa média de ocupação de leitos está em 92% no estado. Restam apenas 105 UTIs para adultos em todo o Paraná. Nos últimos dez dias, houve um aumento de 600% no movimento das centrais de regulação de leitos.

A situação é ainda mais crítica no Oeste, que está com 97% das UTIs ocupadas. Em Foz do Iguaçu, os internamen­tos por Covid-19 dobraram desde o início do mês.

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