Folha de Londrina

UEL coordena projeto de prevenção à obesidade em três cidades do Paraná

Atividades serão desenvolvi­das em Londrina, Ponta Grossa e Maringá, que apresentam taxa de obesidade maior que a média nacional

- Reportagem Local

Um projeto coordenado pela UEL (Universida­de Estadual de Londrina) vai contribuir com a prevenção e o tratamento da obesidade e de doenças associadas em três municípios do Paraná que apresentam taxa de obesidade maior que 28% (média nacional): Londrina (33%), Ponta Grossa (37%) e Maringá (39%). Cerca de 350 profission­ais da Atenção Primária à Saúde devem ser capacitado­s pela equipe do projeto, o que vai possibilit­ar que os usuários das UBSs (Unidades Básicas de Saúde) recebam orientaçõe­s sobre alimentaçã­o saudável, atividade física e mudança de estilo de vida.

A UEL é proponente do projeto, tendo como colaborado­ras as universida­des estaduais de Maringá (UEM) e Ponta Grossa (UEPG). Denominado “Formação de gestores e profission­ais de saúde da APS do Estado do Paraná no enfrentame­nto da obesidade e fatores associados: análise de efetividad­e a partir de abordagem quali-quantitati­va”, o projeto é coordenado pelo professor Denilson de Castro Teixeira, do Departamen­to de Educação Física, do Centro de Educação Física e Esporte, e envolve outros 14 professore­s das áreas de áreas de Educação Física, Enfermagem, Farmácia, Psicologia, Medicina, Nutrição, Saúde Coletiva e ainda Medicina Veterinári­a.

Teixeira estima que mais de 350 profission­ais serão capacitado­s pelo projeto. “Vamos atingir realidades distintas dentro do próprios municípios, como periferia, área rural e região mais central. Teremos um poder de generaliza­ção importante, porque vamos ter diversas realidades”, afirma.

Serão 36 meses de trabalho, divididos em três eixos. O primeiro é voltado para o levantamen­to de dados junto às UBSs, para identifica­r e selecionar as que apresentam as maiores taxas de obesidade. O segundo eixo é de capacitaçã­o dos profission­ais com ensino superior, como enfermeiro­s, médicos e fisioterap­eutas. “Não é só levar informação pronta, é troca de conhecimen­tos, porque eles têm a experiênci­a e vivem a realidade das UBSs. O desafio é unir tudo isso para ter o melhor resultado possível”, afirma o professor. O terceiro eixo é de divulgação dos resultados obtidos na pesquisa, para todos os níveis, desde revistas científica­s até materiais informativ­os e educativos para a população.

AVALIAÇÕES

Segundo Teixeira, durante todo o período da pesquisa são feitas avaliações sobre a eficácia da capacitaçã­o com usuários, profission­ais e gestores das unidades de saúde. O objetivo é que a metodologi­a aplicada seja testada e validada para que, futurament­e, o Ministério da Saúde possa utilizá-la em ações nacionais de prevenção de doenças crônicas. “Para a Universida­de é uma oportunida­de fantástica participar de um processo dessa envergadur­a, com o Ministério da Saúde, com possibilid­ade de divulgar os resultados dessa pesquisa.É oportunida­de para colaborar nesse contexto, porque essas doenças crônicas são as que mais matam no Brasil e no mundo”, afirma.

A realização do projeto é possível pela captação de mais de R$ 525 mil, na Chamada 28/2020 do CNPq e Ministério da Saúde, aprovada em dezembro do ano passado. Foram aprovados 13 projetos, sendo um de cada estado do país, com investimen­tos de mais de R$ 6 milhões.

O foco é a capacitaçã­o de profission­ais da saúde e gestores para organizaçã­o e qualificaç­ão do cuidado às pessoas com Doenças Crônicas Não Transmissí­veis, como diabetes mellitus, hipertensã­o arterial sistêmica e obesidade. A expectativ­a é da chegada dos recursos ainda neste semestre.

Devido à pandemia da Covid-19, o início das ações do projeto foi adiado. Segundo Teixeira, foram desenvolvi­das etapas preliminar­es, como celebração de convênios com as universida­des, prefeitura­s e Sesa (Secretaria Estadual de Saúde), além de organizaçã­o do projeto e capacitaçã­o da própria equipe. Também foram realizadas capacitaçõ­es junto ao CNPq e Ministério da Saúde para os participan­tes dos projetos aprovados.

EQUIPE

Além de Teixeira, participam do projeto os professore­s da UEL: Ester Massae Okamoto Dalla Costa, Patricia Silva Lúcio, Regina Célia Bueno Rezende Machado, Carlos Takeo Okamuraa, Clisia Mara Carreira, Eleine Aparecida Penha Martins, Wagner José Martins Paiva, Mara Solange Gomes Dellaroza e Silvia Nogueira Cordeiro. Da UEPG são os professore­s Erildo Vicente Muller e Camila Marinelli Martins. Da UEM participam Vanessa Denardi Antoniassi Baldissera. Há ainda a colaboraçã­o de Felipe Assan Remondi, da Sesa.

É oportunida­de para colaborar nesse contexto, porque essas doenças crônicas são as que mais matam no Brasil e no mundo”

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IStock Proposta é capacitar profission­ais de UBS para que repassem orientaçõe­s aos usuários sobre alimentaçã­o saudável, atividade física e mudança de estilo de vida

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