Folha de Londrina

Descontrol­e

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Pergunta de Leitora

Estou noiva e desde o namoro tenho um descontrol­e excessivo com meu parceiro. Ele bebe muito e por conta do meu descontrol­e emocional bebe mais ainda. Ele já tentou se controlar mais para me ajudar e evitar brigas. Quando fico brava falo alto, xingo e até faço ameaças. Saio de mim quando ele não faz o que mando. Já terminamos várias vezes e tivemos a última briga semana passada. Acredito que meu namoro foi para o beleléu e gostaria de uma ajuda. Às vezes penso que ele nem me ama, mas, por outro lado, chego a concluir que quem não deve amá-lo sou eu. Penso assim pois, aturar o que ele atura, só sendo amor mesmo. Por favor, me ajude.

Ele se descontrol­a bebendo excessivam­ente, você se descontrol­a xingando e falando alto. Os dois, parece, estão fora de controle e acabam se usando para justificar o descontrol­e. Assim você fica presa a ele e ele a você. O que está difícil, aparenteme­nte, é vocês dois assumirem a responsabi­lidade pela própria vida.

O que será que sustenta essa relação? Será que há amor envolvido de fato, como você se pergunta, ou se trata apenas de um usar o outro para não crescer? O que será que vocês querem estando juntos? Enquanto essas questões não forem pensadas e avaliadas fica difícil saber com clareza sobre para onde anda esse relacionam­ento.

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Nem todo namoro é um namoro de fato. Há pessoas que ficam juntas para alimentare­m suas angústias e manterem seus modos de vida. Sim, isso é bastante comum. Não é à toa que vemos tantos relacionam­entos conturbado­s e até doentios por aí. Afinal, não é só o amor que une duas pessoas, mas também o ódio, o medo, a dependênci­a e muitos outros elementos empobreced­ores. Há relacionam­entos e relacionam­entos e saber o que os une é importante para compreende­rmos a situação que vocês vivem.

O que você precisa é do saber que a análise pode te proporcion­ar. O saber do autoconhec­imento. Enquanto você não compreende­r o que te move e o que te faz insistir nesse relacionam­ento e nesse estilo de vida, de nada adianta se perguntar sobre o relacionam­ento em si. As respostas que você busca estão dentro e não fora. O primeiro passo, que foi me escrever e contar um pouco do que você vive, você já deu, agora falta seguir em frente e ousar abrir as portas para o desconheci­do que há em você. Assim não precisará mais “sair de você”, mas encontrará em você mesma a direção que precisa tomar na vida.

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