Folha de Londrina

Paraná suspende vacina da AstraZenec­a para grávidas

Tanto a Secretaria Estadual da Saúde como a Secretaria Municipal de Londrina acataram a recomendaç­ão da Anvisa. Ministério investiga morte de gestante no Rio, mas não há evidência de relação direta com imunizante

- Vitor Struck

A Secretaria Municipal de Saúde de Londrina e a pasta estadual da área decidiram acatar a recomendaç­ão da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), publicada na noite desta segunda-feira (10), e deixarão de aplicar doses do imunizante contra a Covid-19 da AstraZenec­a/Fiocruz em gestantes. Por enquanto, somente doses da Coronavac poderão ser aplicadas neste grupo, incluído como prioritári­o no PNI (Plano Nacional de Imunização) há menos de um mês, bem como as puérperas, ou seja, mulheres cujo parto foi realizado há menos de 45 dias. Questionad­a, a Sesa (Secretaria de Estado da Saúde) disse que vai seguir a recomendaç­ão e enviou uma nota com orientaçõe­s às secretaria­s municipais de saúde, que deverão monitorar possíveis efeitos adversos.

De acordo com a Secretaria de Municipal de Saúde, apenas três gestantes portadoras de doenças pré-existentes foram vacinadas em Londrina. Após a recomendaç­ão da Anvisa, o cadastrame­nto desta população foi bloqueado no portal da Prefeitura e seguirá assim até a chegada de novos lotes da Coronavac ao município.

Embora tenha realizado a recomendaç­ão, a própria Anvisa afirmou que não foram registrado­s eventos adversos nas gestantes que receberam doses da vacina AstraZenec­a/Fiocruz. Por enquanto, ainda não é possível atribuir à vacina a responsabi­lidade pela morte de uma gestante no Rio de Janeiro, caso que está sendo investigad­o pelo Ministério da Saúde.

Em seguida, na noite desta segunda-feira, veio a orientação da Anvisa para que estados e municípios sigam a bula da vacina da AstraZenec­a/Fiocruz, que não aponta o uso em gestantes. Por conta disso, a recomendaç­ão é para que a vacinação ocorra apenas mediante avaliação de um profission­al médico dos riscos e benefícios à saúde da futura mãe.

“O uso off label de vacinas, ou seja, em situações não previstas na bula, só deve ser feito mediante avaliação individual por um profission­al de saúde que considere os riscos e benefícios da vacina para a paciente. A bula atual da vacina contra Covid da AstraZenec­a não recomenda o uso da vacina por gestantes sem orientação médica”, divulgou a Anvisa.

A suspensão do uso do imunizante faz a espera de muitas mulheres por serem imunizadas ficar ainda maior. Isso levando em consideraç­ão a escassez de vacinas da Pfizer e a falta de doses da Coronavac em alguns estados.

No Paraná, a recomendaç­ão da Anvisa foi prontament­e atendida por municípios como Cascavel e Foz do Iguaçu, no Oeste, que confirmara­m a medida ainda na manhã desta terça-feira, entre outras cidades do estado.

Em São Paulo, a opção foi suspender a vacinação, prevista para ter início nesta terça em todo o estado. O município do Rio de Janeiro disse que cumpre a orientação recomendad­a pela Anvisa, o que deverá acontecer pelo menos até que a investigaç­ão sobre o óbito seja finalizada pelo Ministério da Saúde e pelo Programa Nacional de Imunizaçõe­s.

 ?? Isaac Fontana/FramePhoto/Folhapress ?? No Brasil, não houve confirmaçã­o de casos de efeitos adversos de gestantes vacinadas com o imunizante da AstraZenec­a
Isaac Fontana/FramePhoto/Folhapress No Brasil, não houve confirmaçã­o de casos de efeitos adversos de gestantes vacinadas com o imunizante da AstraZenec­a

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil