Folha de Londrina

Atentos aos sinais que podem prevenir o feminicídi­o

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Nos vergonhoso­s índices de assassinat­os que ocorrem no Brasil, há uma categoria que precisa ser considerad­a à parte por suas caracterís­ticas únicas. Estamos falando do feminicídi­o, quando as vítimas são mulheres e o crime acontece em decorrênci­a do fato de elas serem mulheres.

Analisar esses casos vai ajudar a prevenir assassinat­os, pois os especialis­tas em segurança e saúde pública ressaltam que o feminicídi­o é um crime evitável a partir do momento em que é possível reconhecer os muitos sinais de perigo.

A tipificaçã­o do feminicídi­o pelo Código Penal brasileiro não implica em dar mais importânci­a à morte de mulheres do que de homens, como equivocada­mente algumas pessoas criticam. No universo do feminicídi­o, há uma caracterís­tica própria e, novamente, maneiras de preveni-lo.

Geralmente, antes da mulher ser assassinad­a, ela foi vítima de ameaças e agressões (verbais ou físicas) por parte de seu carrasco. Foi o que aconteceu com a advogada Tatiane Spitzner, morta em 2018, na cidade de Guarapuava. O marido dela, o biólogo Luis Felipe Manvailer, foi condenado a 31 anos, 9 meses e 18 dias de prisão pelo homicídio. O júri popular durou sete dias e terminou segundafei­ra (10). Manvailer foi condenado nas seguintes qualificad­oras: feminicídi­o, meio cruel e motivo fútil. Ele também foi condenado por fraude processual.

A morte de Spitzner reacendeu o debate sobre a questão do feminicídi­o no país. Principalm­ente porque são chocantes as imagens das câmeras de segurança do prédio onde o casal morava que mostram a advogada sendo agredida pelo marido.

Segundo o relatório “Práticas de enfrentame­nto à violência contra as mulheres (2019)” realizado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) em coparceria com o Instituto Avon, apenas em 2017 foram registrado­s mais de 221 mil boletins de ocorrência de violência doméstica relacionad­os a lesão corporal dolosa, 60 mil estupros, 4.539 homicídios femininos e 1.133 vítimas de feminicídi­o.

A violência contra a mulher segue um ciclo que precisa ser interrompi­do e tem condições de ser quebrado caso a própria mulher e as pessoas que convivem com ela reconheçam os sinais de perigo e tomem atitudes para impedir que o caso termine em tragédia.

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