Vereadora sugere programa de defesa pessoal na rede municipal

Professora Flávia Cabral (PTB) apresenta indicação à prefeitura para que implante a capacitação aos professores interessados; tragédia em creche de SC motivou o pedido

A vereadora Flávia Cabral (PTB) apresentou três indicações ao prefeito Marcelo Belinati (PP) relacionadas à segurança nas escolas municipais de Londrina. Uma delas sugere a criação de um programa de defesa pessoal para os professores interessados na capacitação. O pedido foi motivado após as cinco mortes em uma creche de Saudades, no interior de Santa Catarina. Um rapaz de 18 anos assassinou a facadas três crianças e duas funcionárias.

Em entrevista à FOLHA, a parlamentar esclareceu que o treinamento não seria obrigatório. “Ainda precisamos estruturar a ideia, mas o primeiro passo foi dado, que é apresentá-la. A prefeitura não possui nenhum projeto semelhante. Também seria interessante firmar parcerias com entidades esportivas para oferecimento desse curso”, disse. A rede municipal tem cerca de 4,8 mil docentes.

Professora há 23 anos, a vereadora afirmou que recebe com frequência relatos de violência no ambiente escolar. “Já houve situações de ameaça, inclusive de morte, depredação de veículos, carteira que é jogada. Isso acontece em todo o Brasil e em Londrina não é diferente. O professor é autoridade na sala de aula e precisa ser respeitado”, comentou.

Flávia ressaltou que a ideia está ligada às outras duas indicações feitas ao Executivo. Uma pede o retorno de aproximadamente 80 inspetores para as unidades escolares do município e a outra solicita o patrulhamento da Guarda Municipal ao redor das escolas, principalmente quando as aulas retornarem de forma presencial, suspensas por meio de um decreto válido pelo menos até o próximo domingo (16).

“O professor não será treinado para bater em ninguém, mas para tirar a faca que se aproximar de seu pescoço. Sou totalmente a favor da paz, mas não podemos ter professores mártires”, finalizou a petebista.

Procuradas pela FOLHA, nem a Secretaria Municipal de Educação nem o Conselho Municipal de Educação quiseram se manifestar sobre as indicações feitas pela vereadora.

“O professor é autoridade na sala de aula e precisa ser respeitado”