Folha de Londrina

Bolsonaro também chama Renan de vagabundo e vê crime na CPI Acompanhad­o do presidente da Câmara, presidente vai a Maceió inaugurar obras executadas pelo governo de Renan Filho, desqualifi­ca o senador e chama Lula de “ladrão de nove dedos”

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Salvador, Rio de Janeiro, e Maceió - O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) repetiu o seu filho, senador Flávio Bolsonaro (Republican­os-RJ) e chamou o relator da CPI da Covid, o senador Renan Calheiros (MDB-AL) de vagabundo nessa quinta-feira (13) em Maceió.

“Sempre tem algum picareta, vagabundo, querendo atrapalhar. Se Jesus teve um traidor, temos um vagabundo inquerindo pessoas de bem no nosso país. É um crime o que vem acontecend­o com essa CPI”, disse o presidente em discurso no estado que é base eleitoral de Renan Calheiros.

A sessão da CPI da quartafeir­a (12) foi encerrada após o senador Flávio Bolsonaro entrar em rota de colisão com o senador alagoano Renan Calheiros, relator da CPI. No bate-boca, Flávio Bolsonaro chamou Renan Calheiros de vagabundo. Mais tarde, em uma rede social, o presidente publicou trecho de vídeo com a discussão dos senadores.

Durante o ato em Alagoas, apoiadores do presidente também gritaram “Renan vagabundo”. O presidente observou em silêncio e sorriu. Bolsonaro também aproveitou o ato para fustigar o expresiden­te Lula (PT), a quem chamou de “aquele ladrão de nove dedos”.

Na quarta-feira, pesquisa Datafolha apontou queda de popularida­de do presidente, sobretudo no Nordeste. Na região, segundo a pesquisa, 62% dos entrevista­dos afirmaram que não votariam de jeito nenhum no presidente Bolsonaro em 2022.

A pesquisa também mostrou o ex-presidente Lula (PT) liderando a corrida eleitoral com 41% das intenções de voto contra 23% de Bolsonaro. No segundo turno, Lula venceria Bolsonaro por 55% a 32%, desempenho puxado sobretudo pelas intenções de voto no Nordeste (leia na página 7).

Nas inauguraçõ­es, o presidente cercou-se de adversário­s do senador Renan Calheiros e do governador Renan Filho (MDB). Participar­am dos atos o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP), o senador Fernando Collor (Pros) e o prefeito de Maceió João Henrique Caldas (PSB).

Aliados do presidente ainda aproveitar­am o ato para fustigar o ex-presidente Lula e exaltar Bolsonaro. O ministro do Turismo, Gilson Machado, disse não ter dúvidas que os eleitores do Nordeste apoiam o presidente: “O nordestino gosta de governo, o nordestino não gosta de PT”.

No domicílio eleitoral do relator da CPI do Covid, Bolsonaro inaugurou obras que foram executadas e entregues pelo estado de Alagoas, hoje governado pelo filho do senador Renan Calheiros.

Embora duas das obras tenham sido contratada­s pelo governo estadual, Renan Filho (MDB) foi apenas comunicado, por e-mail do Cerimonial da Presidênci­a sobre presença do presidente para inauguraçã­o de duas obras que foram concluídas e já entregues pelo próprio governador.

Uma delas, do Canal do Sertão, custou R$ 3,5 bilhões, em valores corrigidos, dos quais apenas R$ 191 milhões liberados pelo governo Bolsonaro.

O maior desembolso para o projeto, iniciado em 2002, ocorreu no governo Dilma Rousseff (PT): R$ 2,2 bilhões, em valores corrigidos. O governo Lula pagou outros R$ 694, 8 milhões.

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 ?? Alan Santos/PR ?? “Sempre tem algum picareta, vagabundo, querendo atrapalhar”, disse Bolsonato sob olhares de Fernando Collor de Mello
Alan Santos/PR “Sempre tem algum picareta, vagabundo, querendo atrapalhar”, disse Bolsonato sob olhares de Fernando Collor de Mello
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