Folha de Londrina

Governo nomeia novos chefes da Ancine, Funarte e suplente de Frias

Anúncio ocorre um dia após secretário especial da Cultura ter um novo princípio de infarto

- Eduardo Moura

Belo Horizonte - Um dia após o secretário especial da Cultura, Mario Frias, ter um novo princípio de infarto e ser levado a um hospital em Brasília, o governo Bolsonaro elencou um substituto para o ator no comando da secretaria.

Felipe Carmona Cantera, ex-assessor do deputado estadual Gil Diniz, do PSL de São Paulo, conhecido como Carteiro Reaça, foi escolhido como substituto, conforme publicado no Diário Oficial da União de quinta (13).

Frias, porém, indicou que não deve se afastar do gabinete. Em suas redes sociais, postou uma foto de uma cruz iluminada, seguida de um texto que dizia “fiquem com Deus, e hoje mesmo já estarei de volta junto de vocês”.

Nesta semana ainda foram escolhidos novos nomes para a Agência Nacional do Cinema, a Ancine, e para a Fundação Nacional das Artes, a Funarte.

Mauro Gonçalves de Souza, ex-assessor do deputado estadual bolsonaris­ta Filippe Poubel, do PSL do Rio de Janeiro, foi convocado, na terça (11) para exercer o cargo de substituto de diretor na Ancine.

Em maio do ano passado, Poubel invadiu, acompanhad­o por seguranças armados, as instalaçõe­s do hospital de campanha para o combate ao coronavíru­s no município de São Gonçalo, no Rio de Janeiro, alegando ter prerrogati­va legal para a fiscalizaç­ão surpresa. “Eu ia ser calmo, brando, nessa fiscalizaç­ão. Agora, vou tocar o terror”, disse o bolsonaris­ta na ocasião.

Souza ocupará a vaga que foi de Débora Ivanov, cargo este que estava vago desde outubro de 2019. O mandato do atual diretor-presidente da Ancine, Alex Braga Muniz, expira nesta sexta (14).

No mesmo dia, o ministroch­efe da Casa Civil, general

Luiz Eduardo Ramos, nomeou Marcelo Nery Costa para ser o diretor-geral da Funarte. Nery ocupava um cargo de assessoria no Escritório de Governança do Legado Olímpico, estrutura criada em 2019 para ser responsáve­l pela gestão de instalaçõe­s construída­s para os Jogos Olímpicos e Paralímpic­os de 2016.

A diretoria da Funarte estava vaga desde que o coronel da reserva Lamartine Barbosa Holanda foi demitido pelo governo Bolsonaro.

Ao sair, o ex-diretor escreveu carta de despedida em que lista o que chama de “imposições equivocada­s” da gestão de Mario Frias, secretário especial da Cultura do governo federal, as quais diz que não pôde aceitar.

“Nomeação de pessoal sem correta análise do perfil profissiog­ráfico”, descomprom­isso com pequenos produtores e propostas equivocada­s de parcerias público-privadas de equipament­os como o Teatro Cacilda Becker, no Rio, e o Teatro Brasileiro de Comédia, em São Paulo, foram alguns dos problemas listados por Holanda em seu texto.

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Lucas Tavares/Folhapress A Agência Nacional do Cinema será comandada por Mauro Gonçalves de Souza, ex-assessor do deputado estadual bolsonaris­ta Filippe Poubel (PSL-RJ)

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