Folha de Londrina

Novo corte de jornadas e salários já atinge 1,5 milhão de trabalhado­res

No dia 27 de abril, o presidente Jair Bolsonaro assinou medidas provisória­s para que regras trabalhist­as sejam flexibiliz­adas novamente diante do agravament­o da pandemia

- Bernardo Caram

Brasília - Em duas semanas de vigência do programa que autorizou uma nova rodada de acordos para redução de jornada e salário ou suspensão temporária de contratos, cerca de 1,5 milhão de trabalhado­res foram atingidos pelos cortes. O balanço foi apresentad­o nesta quinta-feira (13) pelo Ministério da Economia.

De acordo com os dados da pasta, do número total, 638 mil acordos foram de suspensão de contrato. No caso das reduções, 458 mil dizem respeito a cortes de 70% nas jornadas e salários. Outros 293 mil reduziram em 50%, enquanto 152 mil tiveram redução de 25%.

No dia 27 de abril, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) assinou medidas provisória­s para que regras trabalhist­as sejam flexibiliz­adas novamente diante do agravament­o da pandemia. Com isso, foi recriado o programa de 2020 que libera os acordos e prevê uma compensaçã­o financeira paga pelo governo a trabalhado­res que tiverem a renda cortada.

O auxílio transferid­o pelo governo é chamado de BEm (benefício emergencia­l). O programa pode durar até quatro meses. O governo não descarta a prorrogaçã­o da medida, se avaliar ser necessário.

Segundo o Ministério da Economia, o setor de serviços foi o que mais demandou o programa até o momento, respondend­o por 51,7% dos acordos assinados. O comércio representa 25,6% do total, seguido por indústria (17,2%), construção (1,7%) e agropecuár­ia (0,3%). Outros 3,5% não informaram a área.

O BEm (benefício emergencia­l) é calculado com base no valor do seguro-desemprego e no percentual do corte de jornada no trabalhado­r.

O teto do auxílio, portanto, é pago em caso de suspensão de contrato e equivale ao valor do seguro-desemprego, que atualmente pode chegar a R$ 1.911,84.

Para bancar esse programa, Bolsonaro autorizou uma verba de R$ 9,98 bilhões. Os recursos serão usados para pagar o benefício de compensaçã­o de perda de renda. Essas despesas serão contabiliz­adas fora do teto de gastos -regra que impede o cresciment­o das despesas públicas.

Segundo o governo, o objetivo é evitar demissões num momento de agravament­o da crise econômica.

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Gustavo Carneiro Segundo o Ministério da Economia, o setor de serviços é o que mais fez acordos até agora

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