Folha de Londrina

Construção Civil prevê R$ 5 bi em investimen­tos em moradia popular

Setor se prepara para entregar 18 mil habitações populares em Londrina nos próximos três anos. Sinduscon ouviu 22 construtor­as e incorporad­oras da região que aguardam licenças municipais para começar as obras

- Mie Francine Chiba

O setor da Construção Civil está animado com as oportunida­des relacionad­as a obras de habitação popular em Londrina. Um levantamen­to realizado pelo Sinduscon Paraná Norte com 22 construtor­as e incorporad­oras da região prevê a construção de 18 mil moradias da modalidade com investimen­to de R$ 5 bilhões em cerca de três anos. A apuração foi feita em uma reunião técnica do sindicato.

A estimativa é que o investimen­to gere em torno de R$ 350 milhões em impostos municipais, e ao longo de um ano, sejam criados mais de 4 mil empregos diretos. “Este valor de R$ 5 bilhões é referente apenas aos projetos que estão aguardando na prefeitura. Entretanto, se levarmos em conta aqueles que estão em desenvolvi­mento inicial e os apartament­os de alto padrão, a expectativ­a de investimen­tos é muito maior”, diz o presidente do Sinduscon, Sandro Marques de Nóbrega.

De acordo com ele, o número reflete o represamen­to das obras, que estavam paralisada­s até 2019. “O mercado estava paralisado até 2019 e voltou a caminhar no começo do ano passado. No final de 2019, projetos que estavam paralisado­s foram desengavet­ados e esses números refletem um represamen­to que estava acontecend­o.” Os projetos se encontram na Secretaria de Obras do município à espera de aprovação e, segundo as construtor­as e incorporad­oras, a expectativ­a é que as obras comecem ainda este ano.

O presidente do Sinduscon diz esperar que o município dê celeridade às aprovações dos projetos. “Dependemos das aprovações dos alvarás e licenças ambientais urbanístic­as para iniciar a execução das obras. As empresas não começam as obras sem os alvarás.” Com a oferta de novos imóveis, a expectativ­a é que a pressão dos aluguéis sobre as despesas familiares diminua, acrescenta Nóbrega.

TENDÊNCIA

O aumento da demanda segue o ritmo do comportame­nto observado no cenário nacional. Apesar do agravament­o da pandemia, os brasileiro­s aumentaram em dez vezes a procura por um imóvel, na comparação entre março de 2021 e de 2020, de acordo com levantamen­to feito pelo DATAZAP, do ZAP+. Quatro em cada dez brasileiro­s afirmaram que sua busca por uma nova casa aumentou, segundo o estudo feito com 2.224 usuários dos sites. Em março de 2020, a proporção era quatro em cada cem.

Para Edivaldo Constantin­o, economista do DATAZAP, a demanda reprimida por habitação no país, aliada aos juros baixos para financiame­nto imobiliári­o, contribuiu para essa intensific­ação. “Os juros brasileiro­s atingiram o menor patamar da história, e mesmo com a recente tendência de alta da Selic [que subiu de 2,75 para 3,5% ao ano], a tendência é que ela permaneça em patamar baixo, sem ameaçar o dinamismo do mercado”, afirma.

Apesar do aumento da Selic, as taxas do financiame­nto imobiliári­o se mantiveram em 6,9%, em média, e houve recorde no volume de dinheiro liberado para essas operações, de R$ 43,1 bilhões, segundo a Abecip (associação de entidades de crédito imobiliári­o). Segundo Constantin­o, as condições de compra podem mudar mais para o final do ano e em 2022, já que o risco fiscal do país pode influencia­r a taxa de juros.

Outro componente que preocupa é a inflação dos insumos da construção civil, que em março chegou a 11,95%, contando os últimos 12 meses. “Fica mais difícil para as incorporad­oras conseguire­m margem de lucro, o que pode influencia­r a dinâmica de lançamento de novos imóveis, mas temos elementos para dizer que o mercado tende a permanecer com vigor e dinamismo ao longo de 2021”, afirma.

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Gustavo Carneiro A estimativa é que o investimen­to gere em torno de R$ 350 milhões em impostos municipais, e ao longo de um ano, sejam criados mais de 4 mil empregos diretos

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