Folha de Londrina

Alerta Geada ajuda produtores de café no período de frio

Serviço ofertado pelo IDR-PR e Simepar divulga possibilid­ade de geadas com 48h de antecedênc­ia e ajuda produtores a adotarem técnicas para proteção de cafezais

- REPORTAGEM LOCAL

Entrou em operação nessa semana o Alerta Geada, serviço que o Idr-paraná (Instituto de Desenvolvi­mento Rural do Paraná-iapar-emater) e o Simepar (Sistema de Tecnologia e Monitorame­nto Ambiental do Paraná) oferecem de maio a setembro com o objetivo de auxiliar os produtores a adotarem técnicas para proteção de cafezais. As informaçõe­s são da AEN (Agência Estadual de Notícias). O serviço é destinado prioritari­amente à proteção de lavouras com até dois anos de implantaçã­o. Durante o período de operação do sistema, os pesquisado­res acompanham as condições meteorológ­icas na região cafeeira do Estado e publicam diariament­e um boletim informativ­o. Além do boletim diário, se houver aproximaçã­o de massas de ar frio com potencial de causar danos às lavouras de café, é emitido, e amplamente divulgado, um pré-alerta com 48 horas de antecedênc­ia. Caso as condições para formação de geadas persistam, um novo aviso, de ratificaçã­o, é expedido em até 24 horas antes da previsão de ocorrência do evento. INVERNO Este é um ano em que o fenômeno La Niña está ativo. Essa situação, de acordo com a meteorolog­ista Ângela Costa, do Idr-paraná, costuma provocar diminuição no volume de chuvas, o que facilita o ingresso de massas de ar polar na região cafeeira do Estado. O fenômeno climático se caracteriz­a pela diminuição da temperatur­a da superfície das águas do Oceano Pacífico tropical central e oriental, o que gera reflexos nos padrões de chuva e temperatur­a em todo o planeta.

RECOMENDAÇ­ÃO Para lavouras de café com idade entre seis e 24 meses, a recomendaç­ão é amontoar terra no tronco das árvores, até o primeiro par de folhas, já neste mês de maio, para proteger as gemas e evitar a morte da planta no caso de geada severa. Essa prática é chamada de “chegamento de terra” pelos cafeiculto­res e técnicos do setor.

Essa terra que protege os troncos dos cafeeiros deve ser mantida até o final do período frio, em meados de setembro, e então retirada preferenci­almente com as mãos.

Em plantios novos, com até seis meses de idade, recomenda-se simplesmen­te enterrar as mudas quando houver emissão do Alerta Geada. Viveiros devem ser protegidos com várias camadas de cobertura plástica.

Nos dois últimos casos, lavouras novas e viveiros, a proteção deve ser retirada rapidament­e, assim que a massa de ar frio se afastar e cessar o risco imediato de geada.

PATRIMÔNIO De acordo com o economista Paulo Sérgio Franzini, do Departamen­to de Economia Rural da Secretaria de Estado da Agricultur­a e do Abastecime­nto, a área ocupada com lavouras de café no Paraná é de 35,2 mil hectares.

Desse total, 1.950 hectares são ocupados com lavouras de até dois anos — 550 com implantaçã­o ainda mais recente, até seis meses — e se beneficiam do Alerta Geada. Franzini explica que a implantaçã­o de um hectare de cafeeiros custa em torno de R$ 18 mil.

Para a proteção dos cafeeiros, o enterrio e o desenterri­o de plantas com até seis meses custa em torno de R$ 1,6 mil. Nas lavouras maiores, o dispêndio para fazer o “chegamento de terra” e posterior limpeza dos troncos é de aproximada­mente R$ 1,1 mil. “A aplicação das técnicas contra a geada é um custo que vale a pena, protege o patrimônio do cafeiculto­r”, avalia Franzini.

PEQUENOS PRODUTORES

A maior parte das lavouras paranaense­s é conduzida por pequenos produtores familiares. Em início de colheita, a expectativ­a é de que sejam colhidas entre 850 e 900 mil sacas de café beneficiad­o na atual safra.

De acordo com Franzini, espera-se uma quebra de aproximada­mente 10% em relação à produção do ano passado, em razão da seca prolongada que atingiu as lavouras em 2020.

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil