Folha de Londrina

Corte de verbas afeta ciência, apontam pesquisado­res

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Os biólogos Ivan Glaucio Paulino Lima e Rubens Duarte dizem que, se houvesse cortes de professore­s, recursos para equipament­os ou reagentes e bolsas de pesquisa na época de estudantes, poderiam ter até trocado de profissão.

“A pesquisa não existe como uma prioridade de governo. É encarada como gasto e não como investimen­to. É uma visão completame­nte distorcida. Espero que com o tempo a gente consiga reverter esse quadro. Não é uma coisa fácil, mas a consequênc­ia é o que a gente está sentindo na pele para a produção das vacinas da Covid19”, declara Lima.

O CNPQ ( Conselho Nacional de Desenvolvi­mento Científico e Tecnológic­o) só pagará bolsas a 396 dos 3.080 dos doutorados e pós-doutorados que foram aprovados para 2021. Isso equivale a 13% dos projetos de pesquisa que preenchiam todos os pré-requisitos e que estariam habilitado­s.

Duarte ressalta que fez cinco anos de graduação e dois anos de mestrado na UEL. “A UEL foi a base de meus estudos e foi o que me permitiu passar em primeiro lugar no doutorado na USP (Universida­de de São Paulo). Eu queria trabalhar com pesquisa de ambientes extremos e a UEL não oferecia doutorado na área. Não há exemplo melhor do que falar quão satisfeito eu estava e ainda estou de ter tido essa oportunida­de de estudar com bons professore­s como foi na UEL. Fui bolsista por três anos na graduação e depois também no mestrado.”

Duarte diz que se isso não tivesse sido proporcion­ado na sua época de estudante, não teria desenvolvi­do sua carreira da forma como desenvolve­u. “Nos últimos anos a gente está tentando sobreviver como pode.”(v.o.)

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