Folha de Londrina

OAB emite nota de repúdio após mulher ser resgatada de buraco

- Micaela Orikasa

A Comissão das Mulheres Advogadas juntamente com a Comissão de Defesa dos Direitos Humanos da OAB (Ordem dos Advogados) da Subseção de Londrina se manifestar­am após uma mulher ter sido resgatada de um buraco em terreno baldio da rua Chile, na Vila Brasil, região central.

A nota de repúdio expressa apoio à todas as mulheres que conseguem romper a violência e denunciar seus agressores e cita a ocorrência de quinta-feira (15), quando uma mulher de 32 anos foi agredida e abandonada em um buraco fechado com uma tampa de cimento e entulhos de construção para não chamar a atenção.

De acordo com informaçõe­s da Guarda Municipal, que atendeu a denúncia anônima, a vítima ficou presa por quase 12 horas no local e apresentav­a ferimentos na cabeça, rosto, barriga, pernas e estava com as duas mãos quebradas. O informante disse à patrulha que a mulher estaria pedindo por socorro. Ela foi resgatada em estado de choque e foi encaminhad­a para a Santa Casa de Londrina.

“O caso demonstra extrema crueldade, caracteriz­ado em razão da desigualda­de de poder entre os gêneros masculino e feminino e por construçõe­s históricas, culturais, econômicas, políticas e sociais discrimina­tórias, bem como menosprezo pela figura feminina. É preciso impedir que o que ocorreu no último dia 15, jamais se repita! Há uma necessidad­e premente da desconstru­ção da cultura machista e patriarcal que discrimina a mulher, principalm­ente, aquelas que se encontram em condições vulnerávei­s. É hora da sociedade dizer basta!”, diz a nota.

O texto assinado pela presidente da Comissão Mulheres Advogadas OAB Londrina, Jaqueline A. Amendola Heinzl e pela presidente Comissão Direitos Humanos OAB Londrina, Agda Fernanda Pietro Santana, cita que “a violência contra as mulheres constitui grave violação dos direitos humanos! Toda a sociedade deve dar respaldo a essa mulher, e todas as mulheres que são submetidas às diversas formas de violência para que recebam do Estado a atenção, os cuidados e o suporte efetivos para retomarem livremente o curso de suas vidas. As convenções internacio­nais das quais o Brasil é signatário, em particular a Convenção Interameri­cana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher (Convenção de Belém do Pará), adotada em 1994, consignam que a violência contra as mulheres constitui grave violação dos direitos humanos”.

DENÚNCIAS E AJUDA

As vítimas de violência doméstica ou as pessoas que testemunha­rem atos de violência contra a mulher podem denunciar as agressões pelo Disque 180, pela Patrulha Maria da Penha da Guarda Municipal, no Disque 153 e na Polícia

Militar do Paraná pelo 190, que são serviços 24 horas por dia.

Na DEAM (Delegacia Especializ­a no Atendiment­o à Mulher) é possível denunciar ou pedir ajuda pelo (43) 3322-1633, que também recebe imagens, áudios e vídeos por Whatsapp, ou pelo e-mail dpmulherlo­ndrina@pc.pr.gov.br. Quem preferir pode ir pessoalmen­te na Rua Almirante Barroso, 107. Já a Delegacia de Plantão da Polícia Civil fica na Avenida Santos Dumont, 422, próximo à rotatória da Avenida Juscelino Kubitschec­k, e atende 24 horas.

(Com informaçõe­s do N.Com)

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Defesa Social/ Divulgação Caso da mulher de 32 anos resgatada de um buraco com as duas maõs quebradas choca pela extrema crueldade

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