Folha de Londrina

Chega a quase 200 o número de mortos pelas enchentes na Europa

Além dos mortos, há vários desapareci­dos e danos materiais consideráv­eis na Alemanha e na Bélgica; a chanceler Angela Merkel percorreu seu país no domingo (18)

- Christof Stache

Schuld (Alemanha) -

A chanceler alemã, Angela Merkel, começou a percorrer, neste domingo (18), áreas devastadas pelas piores inundações “do século” na Europa Ocidental, que deixaram ao menos 191 mortos em seu país e na Bélgica e dezenas de desapareci­dos, além de danos consideráv­eis.

Com uma expressão séria no rosto, Merkel chegou pouco antes das 13h locais (08h no horário de Brasília) na cidade de Schuld, no estado de Renânia-Palatinado, um dos dois mais atingidos no oeste da Alemanha, onde o transborda­mento do rio Ahr destruiu casas e deixou as ruas cheias de escombros, segundo imagens da televisão.

“É uma situação surreal e fantasmagó­rica. Diria até que o idioma alemão tem dificuldad­e em encontrar palavras para descrever a devastação que foi causada”, disse Merkel em coletiva de imprensa.

“Não digo que uma inundação seja o exemplo da mudança climática, mas se observarmo­s os danos dos últimos anos, são simplesmen­te maiores que no passado”, acrescento­u a chanceler, que pediu um “esforço muito grande” e para acelerar as políticas climáticas.

Ao menos 160 pessoas morreram desde quarta-feira nas piores inundações na história recente da Alemanha, e outras 31 morreram na Bélgica. Equipes de resgate dos dois países buscam sobreviven­tes entre os escombros, em condições perigosas. As chuvas extremas também afetaram a Suíça, Luxemburgo e Holanda.

O papa Francisco manifestou sua “solidaried­ade” neste domingo às populações afetadas.

As águas começaram a baixar em Renânia-Palatinado e Renânia do Norte-Vestfália (RNW) e a preocupaçã­o se voltou agora para a região sul de Alta Bavária, onde as fortes chuvas inundaram porões e provocaram transborda­mentos de rios e riachos na noite de sábado.

Uma pessoa morreu na fronteira de Berchtesga­dener Land, disse à AFP uma porta-voz do distrito bávaro.

Na Áustria, trabalhado­res de emergência nas regiões de Salzburgo e Tirol se mantinham em alerta de inundações. A cidade histórica de Hallein, perto da fronteira com a Alemanha, estava coberta de água.

Merkel classifico­u as inundações como uma “tragédia” e prometeu apoio do governo para os municípios alemães afetados.

O governo alemão informou que pretende criar um fundo especial para atender os danos, cujo custo poderia alcançar os bilhões de dólares.

RISO INOPORTUNO

O desastre teve fortes conotações políticas na Alemanha, que realizará eleições gerais em 26 de setembro, marcando o fim dos 16 anos de Merkel no poder. rindo da devastada cidade de Erftstadt, onde as inundações provocaram um aterro. Nas imagens, Laschet conversava e ria no fundo enquanto o presidente alemão, Frank-Walter Steinmeier, expressava sua dor às famílias afetadas.

“Laschet ri enquanto o país chora”, publicou o jornal Bild. O dirigente se desculpou posteriorm­ente no Twitter pelo momento “inadequado”.

Mais de 300 pessoas continuava­m desapareci­das no sábado à noite somente na cidade de Bonn (Renânia do Norte-Vestfália), onde vivem cerca de 600.000 habitantes.

Do outro lado da fronteira, na Bélgica, o número de mortos subiu para 31 com várias pessoas ainda desapareci­das.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o primeiro-ministro Alexander de Croo, visitaram no sábado as áreas inundadas de Rochefort e Pepinster, na Bélgica.

“A Europa está com vocês”, tuitou Von der Leyen após a visita. “Acompanham­os sua dor e estaremos com vocês na reconstruç­ão”.

A Bélgica declarou um dia oficial de luto na terça-feira (21).

 ?? Sebastien Bozon/ AFP ?? Enchentes causaram grande devastação na Europa, sobretudo na Alemanha e na Bélgica, número de mortos aumenta a cada dia
Sebastien Bozon/ AFP Enchentes causaram grande devastação na Europa, sobretudo na Alemanha e na Bélgica, número de mortos aumenta a cada dia
 ??  ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil