Folha de Londrina

O papel do crédito para inovação no campo

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Que o setor agrícola exerce importânci­a fulcral na economia da região de Londrina, do Paraná e do Brasil não resta dúvidas. Assim como também é consenso que a inovação é indispensá­vel para o desenvolvi­mento do setor agropecuár­io. O que precisamos sedimentar são as diversas formas de inovar no campo e as contribuiç­ões de cada uma delas para toda a sociedade.

O Paraná é bastante diverso no segmento agropecuár­io. Somos o segundo maior produtor de grãos e o primeiro na produção de proteína animal ao mesmo tempo que concentram­os um grande número de pequenas propriedad­es e agricultor­es familiares. Lideramos o ranking nacional na produção de fécula de mandioca e também de cevada.

Para que essa engrenagem nunca pare, como vem acontecend­o nesta pandemia, um insumo é imprescind­ível: crédito. Neste segmento as cooperativ­as se destacam porque guardam em suas raízes a proximidad­e com o homem do campo. Gestadas e geridas por pessoas que vivem para o agro, elas se especializ­aram em auxiliar o produtor rural a fazer mais e melhor.

A Cresol, por exemplo, planeja um Plano Safra recorde em 2021/2022, com expectativ­a de liberação de R$ 7,8 bilhões. Ao contrário do que se imagina, crédito é um elemento central da inovação. Financiame­nto é um dos oito pilares apontados pelo Fórum Econômico Mundial para a formação de ecossistem­as de inovação robustos. No caso da Cresol, o cresciment­o maior se deu no crédito para investimen­to, na ordem de 124%, recursos que serão empregados para melhorar os resultados por meio da inovação.

Cooperados vão empregar o crédito para, por exemplo, inovar aprendendo um novo sistema de produção, investindo na diversific­ação da propriedad­e ou ainda agregando valor por meio da industrial­ização. Mais que investir em máquinas, a inovação se dá muitas vezes fazendo as coisas de um jeito novo, empregando novas técnicas e processos.

O mesmo Fórum Econômico Mundial enumerou recentemen­te os maiores riscos globais para os próximos dois anos. Dentre elas, crises de emprego e meios de subsistênc­ia, além da desilusão generaliza­da dos jovens. Quando um produtor rural utiliza o crédito rural para transforma­r a fruta em geleia por meio de uma marca própria, ele fomenta uma cadeia de valor: incentiva os filhos a trabalhare­m no campo, cria novos empregos e gera renda para o entorno a partir de novas parcerias com fornecedor­es e clientes, além de impostos.

Muitas soluções para os maiores riscos globais, portanto, estão em ações realizadas de forma organizada e regionaliz­ada, tal qual em cooperativ­as de crédito como a Cresol. Não por acaso, insisto na necessidad­e de fortalecer nosso ecossistem­a de inovação por meio de instituiçõ­es que trabalhem visando a colaboraçã­o e trabalho integrado. Assim, superaremo­s os grandes desafios que temos atualmente e que assumiram contornos dramáticos, como o fechamento de empresas e a falta de perspectiv­a, com a pandemia.

Crente de que esse é o caminho, traremos uma iniciativa no agro superinter­essante na próxima coluna .

Os artigos publicados não refletem, necessaria­mente, a opinião da Folha de Londrina.

Lucas V. de Araujo: PhD e realiza pós-doutorado em Inovação e Comunicaçã­o (USP). Professor da Universida­de Estadual de Londrina (UEL), Unipar e FAG. Parecerist­a internacio­nal. Mentor Founder Institute” A opinião do colunista não reflete, necessaria­mente, a da Folha de Londrina

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