Folha de Londrina

A proximidad­e entre o orgulho e a realização

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Imagine que você ganhasse 50 milhões de reais na loteria. Que alegria! Imagine também que, passadas algumas semanas, entrevista­s e reuniões com bancos de investimen­to fizessem se sentir importante a ponto de você pensar que a sua fortuna foi alcançada graças à sua incrível inteligênc­ia e habilidade com números.

Eu conheço pessoas que herdaram os bens de seus pais, não acrescenta­ram um tostão, e chegaram a acreditar que esta riqueza foi fruto de suas expertises. Quando olham no espelho, talvez pensem: ‘Mamãe, veja onde cheguei. Estou no topo do mundo!’ Ridículo, não?

Suponha agora que você desenvolve­sse um produto que rendesse um lucro líquido de 50 milhões de reais. Se você se sentisse grande inventor, seria justificáv­el. Desta vez não haveria nada de anormal. Todos saberiam tratar-se de um mérito do seu esforço.

A emoção de atingir um objetivo pessoal tem nome. Chama-se ‘prazer da realização’. É um sentimento positivo que nos leva a dizer: ‘Sinto-me grato por ter feito algo importante’; ou ‘Eu e a minha equipe alcançamos uma meta difícil. Como é bom contar com o esforço de todos!’

A linha que separa a soberba do prazer da realização não é fácil distinguir. Por isso, todo cuidado é pouco. Na prática, não puxe os méritos para si e nem se deixe pensar que você conseguiu tudo sozinho. Todos nós precisamos uns dos outros. E sempre há alguém que contribuiu.

Olhe para as pessoas que fazem parte da sua equipe. Elas o ajudam. Compartilh­e com elas todos os méritos – os grandes e os pequenos. Mais que uma opção de humanidade, essa atitude irá mostrar a todos – e fazê-los lembrar para sempre – quem você realmente é.

Abraham Shapiro é consultor e coach de líderes em Londrina A opinião do colunista não reflete, necessaria­mente, a da Folha de Londrina

Os artigos publicados não refletem, necessaria­mente, a opinião da Folha de Londrina.

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