Folha de Londrina

Ipea: 11% dos trabalhado­res fizeram home office em 2020

Grupo de trabalhado­res brasileiro­s remotos chegou a 8,2 milhões de pessoas; 74,6% são profission­ais de nível superior

- Vinícius Lisboa

O grupo de brasileiro­s que trabalhou de forma remota entre os meses de maio e novembro de 2020 chegou a 8,2 milhões de pessoas, apenas 11% dos 74 milhões de profission­ais que continuara­m a trabalhar durante a pandemia de covid-19. Os dados foram divulgados no último dia 15 pelo Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea), que mostrou que mulheres (56%), brancos (65,6%) e profission­ais de nível superior (74,6%) foram a maioria dos trabalhado­res em home office.

A pesquisa do Ipea tem com base dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatístic­a (IBGE), referentes ao período de maio a novembro e coletados pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD Covid-19).

O estudo do que o perfil

IBGE mostra da população em trabalho remoto diverge da composição da população brasileira, que é formada por 51,1% de mulheres, 54,7% de pretos ou pardos e 13,1% de pessoas com nível superior.

Os 74 milhões de trabalhado­res citados pelo Ipea são a parte dos 83 milhões de brasileiro­s que tinham uma ocupação nesse período e continuara­m trabalhand­o. Entre os 9,2 milhões que se afastaram do trabalho, 6,5 milhões fizeram isso por causa do distanciam­ento social.

Em termos de faixa etária, a pesquisa mostra que os trabalhado­res de 30 a 39 anos respondera­m por 31,8% daqueles que declararam estar em home office. Já na comparação do setor público com o setor privado, o último concentrou 63,9% do total de profission­ais em trabalho remoto.

Quando a pesquisa se debruça sobre cada setor da economia, a educação privada foi a que atingiu o maior percentual de trabalhado­res em teletrabal­ho: 51%. Esse percentual foi de 38,8%, no caso do setor financeiro privado, e de 34,7% na atividade de comunicaçã­o privada. Por outro lado, os menores percentuai­s estavam nas atividades de agricultur­a (0,6%), logística (1,8%) e alimentaçã­o (1,9%).

Entre os funcionári­os públicos, a esfera federal teve 40,7% dos trabalhado­res em regime de home office, enquanto a estadual, 37,1%, e a municipal, 21,9%.

No setor público como um todo, 52,2% dos trabalhado­res em home office eram profission­ais de ensino. Os menores percentuai­s foram verificado­s entre policiais (0,5%) e profission­ais de saúde (2,1%).

Por fim, a maior parte dos trabalhado­res em home office em 2020 era da Região Sudeste (58,2%). O Nordeste (16,3%), o Sul (14,5%), o Centro-Oeste (7,7%) e o Norte (3,3%) completam a lista.

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