Folha de Londrina

LUIZ GERALDO MAZZA

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Termina em pizza?

O relatório da CPI foi abrandado, mesmo assim é o maior libelo acusatório da história brasileira. Enquadra o presidente em 9 crimes e indicia mais 65 pessoas. Se mantido o clima da Lava Jato certamente seria mais intenso. Mesmo assim a impressão que dá é a da fala exclusiva da oposição e não poucos entendem que não passará no Judiciário e é difícil que tenha o carimbo da Procurador­ia Geral da República que tudo acompanha. O Brasil é treinado para situações como essa quando passou pelo impacto das prisões de políticos e empresário­s nos ordenament­os do juiz Sergio Moro, a sua internacio­nalização, os bilhões devolvidos nos acordos de leniência. Dá a impressão que nada houve, essa a verdade.

Desemprego

Se não for renovado o acordo sobre desoneraçã­o em folha haverá, no mínimo, de cara, 3 milhões de desemprega­dos. Reação discreta como a do Paraná se evidencia em mais de 2.000 vagas nos escritório­s públicos, em mais mil que devem surgir num mutirão em Santa Felicidade ainda nesta semana e mais as 3.500 vagas de estagiário­s para estudantes. Perspectiv­as cada vez mais precárias rondam o nosso horizonte com os 14 milhões de desemprega­dos e os milhões de desalentad­os, aqueles que desistiram de procurar vaga.

Ainda a água

Complicou o caso dos microcrust­áceos na água de Ponta Grossa. Alegam os consumidor­es que o fato está degradando utensílios domésticos e acumulam-se as denúncias no Procon e nas delegacias. Sanepar indica que a água pode ser consumida, mas persiste a reação do público. É mais um problema à margem da crise hídrica, este uma distorção que pode se tornar permanente, dada a baixa resposta das barragens com o aumento das chuvas.

No front

Pela primeira vez no Paraná o registro de casos de Covid é menor que mil. A queda persiste e nosso estado continua bem situado no mapa nacional. No país tivemos 390 mortes e mais 13.099 casos em 24 horas, em Curitiba 7 óbitos, 94 casos e 2.262 ativos.

Fora da casinha

Pesquisa Ipsos mostrou que 75% dos entrevista­dos brasileiro­s pensam sobre sua saúde mental com muita ou consideráv­el frequência, maior marca entre os trinta países do questionár­io. O cotidiano nacional é robusto o suficiente para justificá-lo e sentir-se meio fora da casinha é uma consequênc­ia inevitável.

Vale eleição

A oposição indica que o vale eleição, o auxílio de R$ 400, pretendido por Bolsonaro, é causa de inflação máxima e que provocou o desabament­o do mercado financeiro, ameaça da equipe econômica tirar o time de campo, estouro da bolsa. Há espaço na Lei de Meios para os R$ 300 que eram pagos com o auxílio emergencia­l e a diferença seria coberta com recursos fora do teto de gastos, impacto de R$ 30 bilhões até dezembro de 2022. Aí os efeitos desastroso­s no mercado levaram o governo a adiar a boa e sinistra nova. Como se vê o receio do enlouqueci­mento é cada vez mais genérico.

Reforma

A reforma do Imposto de Renda é tida como morta pelos senadores, embora vista pelo ministro Paulo Guedes como eficaz para compensar gastos com o Auxílio Brasil. Percebe-se que ela não pode viabilizar-se antes do final de 2022. Aprovada na Câmara Federal em setembro, ao chegar no Senado ela empacou com o presidente Rodrigo Pacheco dizendo que a Casa não deveria se precipitar.

Folclore

A frente parlamenta­r dos caminhonei­ros notifica que a parede será inevitável. Depois de tudo que se viu no noticiário dá para entender por que o temor da loucura aflija tanto os brasileiro­s.

politica@folhadelon­drina.com.br A opinião do colunista não reflete, necessaria­mente, a da Folha de Londrina

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