Folha de Londrina

Sesa espera vacinar todos adolescent­es até o final do ano

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O Paraná recebeu nesta semana a primeira remessa do Ministério da Saúde com doses de vacinas contra a Covid19 exclusivas para adolescent­es de 12 a 17 anos sem comorbidad­es. Vários municípios já tinham iniciado a imunização deste público com frascos remanescen­tes de reserva técnica de outras remessas. A expectativ­a da Sesa (Secretaria de Estado da Saúde) é encerrar o ano com todo este público vacinado com, pelo menos, uma dose e 100% dos adultos com o esquema completo.

A estimativa do Ministério da Saúde é de que o Paraná tenha 936.296 adolescent­es na faixa etária vacinável. O único fabricante aprovado para os jovens é a Pfizer. Até esta quarta-feira (20), 53% de toda a população paranaense já tinha recebido as duas doses ou a dose única. “Se tivéssemos recebido mais vacinas ao longo do tempo já teríamos conseguido imunizar toda a população. Nossa capacidade vacinal é de 150 a 200 mil pessoas por dia. Fizemos nos melhores dias 70 mil”, pontuou Beto Preto, secretário estadual da Saúde, em entrevista exclusiva à FOLHA.

Beto Preto também destacou que tem observado um quantitati­vo maior que a média de adolescent­es ou familiares que não querem o imunizante. “O fato de vacinar salvavidas. Muitas pessoas que ficam doentes, depois do período de 15 dias de terem sido vacinadas, estão evoluindo com quadro bem mais leve. Quem não tomou a vacina vai se tornar preza fácil pra o vírus e todos os seus multiplica­dores.”

CRIANÇAS

A projeção pessoal do secretário é de que deve haver nos próximos meses um imunizante avalizado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para crianças de seis a 11 anos. “Em 2022 teremos a revacinaçã­o. Para as pessoas com mais de 60 anos serão duas doses, para quem tem mais de 18 anos uma dose e temos que aguardar para saber como ficará a questão dos adolescent­es”, adiantou. “Quando explodiu a terceira onda, entre maio e julho, se não fosse a máscara, testagem em massa e vacinação, o número de mortos no Paraná não seria quase 40 mil, mas 80, 100 mil.”

MÁSCARAS

Enquanto vários estados já vêm definindo datas para o fim da obrigatori­edade da máscara em ambientes abertos, no Paraná esta discussão está prevista apenas para o final de novembro e começo de dezembro. “Todas as medidas não farmacológ­icas merecem respeito. Com números na mão, cautela e transparên­cia (deveremos ver isso). Não adianta querer ser o primeiro. Tendo 80% de imunizados, depois de 15 dias, revendo os números, poderemos fazer uma discussão.”

Em 20 de outubro de 2020, a taxa de ocupação de leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) para casos de coronavíru­s era de 58% e enfermaria 44%. Na quarta-feira, um ano depois, o percentual era de 41% e 25%, respectiva­mente. “Estamos caminhando do meio para o fim da pandemia”, classifico­u.

Beto Preto ainda frisou que não existe remédio específico para tratamento da doença, o que ainda gera polêmica entre alguns grupos da população. “Quando houve a influenza teve o Tamiflu. Se tomar nas primeiras 72 horas interrompe a replicação viral e o paciente consegue se recuperar, depois veio a dose da vacina e ‘fechou o cerco’. Nós tentamos com a Covid vários remédios, mas nenhum têm efeito. O que tem efeito é prevenir com a vacina.” .

(P.M.)

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Luiz Fernando Ogura - AEN Estimativa é que o Paraná tenha mais de 930 mil jovens entre 12 e 17 anos

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