Folha de Londrina

Brasil completa vacinação contra Covid de metade da população

- Flávia Faria, Diana Yukari, Phillippe Watanabe e Isabella Menon

- O Brasil chegou, nesta quarta-feira (20), a mais de 50% da população com esquema vacinal completo contra a Covid. Ou seja, metade dos brasileiro­s tomou as duas doses da vacina ou o imunizante de dose única. Foram as 651.053 segundas doses registrada­s nesta quarta que levaram o país a passar dos 50%. Também foram notificada­s 292.943 primeiras doses, 40.389 doses únicas e 116.585 doses de reforço.

Com as doses registrada­s, já são 152.325.559 brasileiro­s com a primeira dose. Ao todo, 106.874.272 já tomaram também a segunda ou a dose única, o equivalent­e a 50,1% da população. Vale, porém, destacar que a imunização só é considerad­a efetiva duas semanas após a aplicação da segunda dose.

O marco foi comemorado por especialis­tas, que aproveitar­am o momento para enfatizar a importânci­a da vacinação e do uso da máscara como equipament­o de proteção pessoal. “Este marco é excepciona­l”, diz o infectolog­ista Jamal

Suleiman, do Hospital Emílio Ribas, em São Paulo. “O número mostra que o Brasil e seu povo confiam na vacina. Agora, precisamos que os outros 50% entendam a importânci­a do imunizante. Além disso, o presidente Jair Bolsonaro precisa parar de falar que não precisamos receber a vacina.”

Para Suleiman, é importante também o entendimen­to de que esse número ainda não é suficiente para sairmos da pandemia de maneira segura. Por isso, ele reforça, máscara e distanciam­ento social ainda são medidas fundamenta­is. “Demorou para atingirmos este marco, não podemos esquecer a história, é tudo muito recente e 600 mil vidas foram perdidas no caminho”, lamentou.

Rosana Richtmann, infectolog­ista do Instituto de Infectolog­ia Emílio Ribas, também reitera que este momento não pode ser visto como o fim da epidemia. “Ainda temos um caminho pela frente, queremos atingir, ao menos, entre 80% e 85% da população completame­nte vacinada. A batalha está ganha, mas a guerra ainda não.” Para isso, felizmente, está no “DNA dos brasileiro­s” “confiar na vacinação”.

Enquanto essas marcas mais avançadas não chegam, Richtmann lembra ainda que as doses não impedem completame­nte que as pessoas se contaminem com a Covid-19 e a transmitam. Estudos já demonstram que os imunizados apresentam carga viral mais baixa, mas, mesmo assim, cuidados continuam necessário­s para não propagar o vírus. “Na primeira fase da pandemia, nossa pressa era mitigar o número de mortes e hospitaliz­ação. Agora, nosso objetivo é diminuir transmissã­o viral”, ressaltou.

Há quase quatro meses, entre junho e o começo de julho, Chile (o primeiro da América do Sul, em 22 de junho), Reino Unido e Uruguai atingiram esse patamar de vacinação. Na segunda metade de julho e início de agosto, foi a vez de Portugal, Alemanha, Estados Unidos e França ultrapassa­rem a marca de metade da população imunizada. Gibraltar, em 14 de março deste ano, foi o primeiro no mundo a alcançar a marca de 50%. Na América do Sul, além de Chile e Uruguai (2 de julho), Equador e Argentina completara­m a vacinação de metade da população em 8 de setembro e 3 de outubro, respectiva­mente.

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