Folha de Londrina

Para professor da UENP, Brasil deve se basear em experiênci­as internacio­nais

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São Paulo - De acordo com o professor Fausto Zamboni, da Universida­de Estadual do Norte do Paraná (UENP), o Brasil deve se basear em experiênci­as internacio­nais. “A prática é permitida em países como EUA, Inglaterra e Portugal e permite, entre outras coisas, mais liberdade para definir o que será ensinado e, portanto, uma educação mais personaliz­ada.”

Ele afirma que não defende um modelo específico, mas que se deve garantir o direito de as famílias optarem ou não pela educação domiciliar.

Ulisses Schwarz, do Instituto Brasiliens­e de Direito Público (IDP), questiona como seria o controle de quem está realmente em educação domiciliar. “Vamos fazer um concurso público para conseguir ter os fiscais? Isso vai ter custos”, afirma. Para o professor, em um país com imensa desigualda­de socioeconô­mica e educaciona­l, crianças podem ficar ainda mais vulnerávei­s sem o devido controle.

“Vamos imaginar que uma criança, supostamen­te em ensino domiciliar, acabe sendo submetida a trabalho infantil, por falta da devida fiscalizaç­ão dos órgãos públicos. Como vamos ter certeza disso?”, questiona.

“Não acredito que o governo tenha uma preferênci­a por este ou aquele projeto, eles estão na verdade utilizando uma estratégia de atirar para todo lado. Querem dar uma resposta para quem pratica educação domiciliar e apoia o governo”, afirma Marcele Frossard, assessora de políticas sociais da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, que é contraria ao “homeschool­ing”.

Ela também ressalta que uma estratégia dos grupos defensores da educação domiciliar tem sido aprovar projetos que regulariza­m a prática nas assembleia­s estaduais, já que a decisão do STF não especifico­u qual ente federativo tem competênci­a para legislar sobre o tema.(R.P.P.)

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