Folha de Londrina

Partidos buscam saída jurídica para ‘dupla candidatur­a’ ao Senado

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Uma brecha jurídica para o desmembram­ento de coligações estaduais para a disputa ao Senado virou mais um componente na costura nos palanques pelo país.

Uma consulta ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) feita pelo deputado federal Delegado Waldir (União Brasil-GO) avalia a possibilid­ade de partidos lançarem mais de uma candidatur­a ao Senado na mesma chapa para o governo estadual.

O caso, sob relatoria do ministro Ricardo Lewandowsk­i, ainda será analisado pela Justiça Eleitoral.

A decisão pode impactar a formação de palanques em estados onde mais de um précandida­to ao Senado apoia o mesmo nome a governador e duela pela vaga na chapa. É o caso, por exemplo, de estados como Rio de Janeiro, Minas Gerais, Goiás, Pará, Roraima e Mato Grosso.

A eleição de 2022 renovará apenas um terço do Senado cada estado elegerá um senador com mandato até fevereiro de 2030. Desta forma, as alianças nos estados têm sido negociadas tendo como base a necessidad­e de definir só um candidato ao Senado para a chapa.

Contudo, uma resolução do TSE de 2010 indica a possibilid­ade de que a coligação para o cargo de governador não seja reproduzid­a na disputa ao Senado.

Os partidos poderiam apresentar candidatos ao Senado isoladamen­te, mantendo a coligação na disputa para o governo. É vedada apenas a formação de uma nova coligação para o Senado, mesmo que com siglas da chapa para o Executivo estadual.

“Já existe uma decisão de 2010 sobre o assunto, mas pedi uma atualizaçã­o porque houve mudanças na legislação eleitoral. Estamos em um novo cenário político em que os partidos precisam estar mais fortes”, afirma o deputado Delegado Waldir.

VÁRIOS PALANQUES

Parecer da área técnica do TSE feito após a consulta do deputado aponta que as alterações na lei eleitoral nos últimos 12 anos não impediram a pulverizaç­ão de palanques para o Senado aliada a uma chapa única para governador.

Em geral, nomes atualmente apresentad­os como segunda opção para tentar uma cadeira no Senado defendem a dupla candidatur­a, hipótese até então rejeitada pelos favoritos aos postos.

Responsáve­l pela consulta ao TSE, o deputado Delegado Waldir quer concorrer ao Senado na chapa de Ronaldo Caiado (União Brasil). Mas enfrenta a concorrênc­ia interna de outros três aliados do governador: Luiz do Carmo (PSC), João Campos (Republican­os) e Alexandre Baldy (PP).

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