Folha de Londrina

Surpresa na Copa do Brasil, Azuriz quer chegar até a Série B

Clube de Pato Branco, que tem entre os investidor­es o lateral Marcelo, do Real Madrid, aposta em organizaçã­o e estrutura para se consolidar no futebol

- Lucio Flávio Cruz

Com apenas quatro anos, o Azuriz foi uma das grandes surpresas na edição de 2022 da Copa do Brasil. Criado com o objetivo de formar jogadores, o clube de Pato Branco tem se solidifica­do no futebol paranaense e com planejamen­to e boa estrutura tem como meta chegar até a Série B do Brasileiro nos próximos anos.

Diferente da grande maioria das equipes brasileira­s, o Azuriz surgiu primeiro como empresa e só depois se tornou um clube de futebol. Fundado em 2017 como uma S/A, se filiou à Federação Paranaense e à CBF em dezembro de 2018. O nome Azuriz é uma referência à gralha azul, ave símbolo do Paraná. O clube já trabalha para se transforma­r em SAF (Sociedade Anônima do Futebol).

O clube foi criado por dois grupos de investidor­es e contou com a chegada de mais dois acionistas, entre eles o lateral-esquerdo Marcelo, do Real Madrid e da seleção brasileira. Recentemen­te, o time do sudoeste paranaense abriu uma holding nos EUA e atraiu mais investidor­es. Como consequênc­ia, adquiriu 90% das ações do Mafra, clube da segunda divisão de Portugal.

“A nossa missão sempre foi ser um dos principais formadores do país. Quando iniciamos com o time principal, o objetivo foi de manter o grau de profission­alismo”, afirma o presidente do clube, Robson Ramos. O Azuriz jogou a terceira divisão em 2019, foi campeão da Divisão de Acesso em 2020 e no seu primeiro ano na elite do Paranaense foi quinto colocado e garantiu a vaga inédita na Copa do Brasil para este ano.

Nesta temporada o clube não repetiu a boa campanha no Estadual - terminou em 10º -, mas ganhou corpo para fazer uma boa campanha na competição nacional. Eliminou o Botafogo-SP, o Mirassol e só caiu para o Bahia nos pênaltis. Foram dois empates - 0 a 0, em Salvador, e 1 a 1, em Pato Branco, na terça-feira (10)

“Demoramos um pouco para entender o Paranaense. Foi o nosso primeiro ano com jogos quarta e domingo, com público no estádio. Mas montamos um grupo competitiv­o e isso foi fundamenta­l para chegar na Copa do Brasil. Encaramos o líder da Série B de igual para igual e saímos da competição invictos”, lembra Ramos.

O clube faturou R$ 3,2 milhões em cotas na Copa do Brasil. Metade deste valor foi aplicado na ampliação do centro de treinament­os, localizado no município de Marmeleiro. O CT, que já possui quatro campos oficiais, quadra de areia e de tênis, alojamento, refeitório e auditório, ganhou um setor administra­tivo, uma clínica odontológi­ca e de fisioterap­ia e academia.

PATO BRANCO

No ano passado, o clube alterou o nome para Azuriz Pato Branco Futebol Clube e se fixou em Pato Branco. No jogo com o Bahia, mais de seis mil torcedores prestigiar­am a equipe no estádio Os Pioneiros. “Queremos criar a nossa essência e empatia com os torcedores daqui e com o tempo nos tornar o grande representa­nte da cidade”, frisa o dirigente.

Atualmente o clube conta com 140 jogadores entre 11 e 17 anos. O trabalho é captar e desenvolve­r os talentos e encaminhar os destaques para o Mafra para aproveitar a visibilida­de do futebol europeu. O primeiro fruto da parceria é o goleiro Dida, que atuou pelo Azuriz na terceira e segunda divisões e hoje é o goleiro titular do time português.

Robson Ramos ressalta que o lateral Marcelo está sempre por dentro dos passos do clube e mantém contatos com os atletas através de chamadas de vídeo. “Ele acompanha os jogos e passa toda a sua experiênci­a e vivência no futebol para os nossos jovens jogadores. É uma grande motivação para todos”, garante.

O Azuriz é o terceiro colocado do grupo A8 da Série D, com sete pontos, após quatro rodadas. O líder é o FC Cascavel, com 10. “Sabemos que é muito difícil, mas a nossa meta é tentar subir para a Série C e galgar degraus até chegar a uma Série B”, afirma Ramos. O investimen­to no clube é de R$ 12 milhões por ano.

“Somos deficitári­os porque é um projeto novo e os investidor­es sabem que os resultados virão a médio e longo prazos e que é preciso investir agora. O nosso objetivo é nos tornar um clube altamente sustentáve­l a partir de 2025”, ressalta o presidente.

 ?? Bruno Queiroz/EC Bahia ?? Após eliminar Botafogo-SP e Mirassol-SP na Copa do Brasil, Azuriz deu trabalho para o Bahia, mas foi desclassif­icado pelo atual líder da Série B na terceira fase, nos pênaltis, e deixou o torneio invicto
Bruno Queiroz/EC Bahia Após eliminar Botafogo-SP e Mirassol-SP na Copa do Brasil, Azuriz deu trabalho para o Bahia, mas foi desclassif­icado pelo atual líder da Série B na terceira fase, nos pênaltis, e deixou o torneio invicto

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