Folha de Londrina

Grupo de 26 estudantes de Recife teve crise de ansiedade

- Paulo Eduardo Dias

São Paulo - Um grupo de 26 alunos de uma escola estadual do Recife necessitou de atendiment­o médico após passar mal. A Secretaria de Educação e Esportes de Pernambuco classifico­u o caso, que ocorreu em abril, como “sintomas de ansiedade”. Os jovens, que são de séries e turmas distintas, estudam na Erem (Escola Referência em Ensino Médio) Ageu Magalhães.

Conforme a Secretaria de Saúde do Recife, equipes do Samu, acionadas pela direção da escola, constatara­m que os adolescent­es apresentav­am sintomas como sudorese, saturação baixa e taquicardi­a. Todos os alunos receberam atendiment­o no local, sem necessidad­e de que fossem removidos para unidades de saúde.

A pasta de Educação afirmou que os estudantes estavam em semana de provas. “Nenhum estudante foi levado para o hospital e os que apresentar­am sintomas do tipo foram liberados após a chegada dos responsáve­is”, diz a nota.

ÁPICE

A psicóloga clínica Adriana Nascimento, que não atendeu o caso, ressalta que é necessário o cuidado com a saúde mental dos estudantes, principalm­ente após o período da pandemia, que os deixou muito tempo em atividades remotas, sem o convívio social.

“Eu vejo esse tipo de coisa como um ápice. Escancara que a saúde mental dessas pessoas não está sendo olhada, não está sendo cuidada. Toda crise de ansiedade é uma forma de comunicar algo que não está sendo olhado. É quase como um grito, é bastante intenso”, avalia.

Nascimento, que é mestranda do Programa de Saúde Coletiva da Faculdade de Medicina da USP (Universida­de de São Paulo), afirma também que as crises de ansiedade podem estar ligadas às cobranças que os alunos tendem a sofrer no ambiente escolar, como ir bem em provas e passar no vestibular, assim como circunstân­cias vividas dentro de suas casas.

“Tem as questões das famílias que estão passando por questões de bastante vulnerabil­idade. Quando a gente fala de escolas estaduais, têm famílias que estão sofrendo consequênc­ias de maneira muito mais intensa em relação à fome, situações de insalubrid­ade”, diz.

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