Folha de Londrina

Na cartilha e na rotina: trânsito mais seguro

Secretaria de Educação de Londrina integra projeto-piloto e ações em campanha nacional de educação no trânsito

- Walkiria Vieira

Um trânsito seguro é importante para toda a população. Motoristas e pedestres, cientes de suas responsabi­lidades no convívio social, sabem que a harmonia depende de cada um e as regras protegem vidas. Em março de 2010, o movimento Maio Amarelo teve origem por meio de uma resolução da ONU (Organizaçã­o das Nações Unidas) que definiu o período entre 2011 e 2020 como a “Década de Ações para a Segurança no Trânsito”. Desde então, vários países adotaram o mês como referência para o desenvolvi­mento de iniciativa­s na área.

Em Londrina, as atividades de conscienti­zação tiveram início em 2014, buscando articulaçã­o entre órgãos públicos e os vários setores da sociedade. Em 2022, com a pandemia mais controlada e a volta dos encontros presenciai­s, a expectativ­a da CMTU (Companhia Municipal de Trânsito e Urbanizaçã­o) é intensific­ar os trabalhos e ampliar o número de pessoas alcançadas para diminuir os números da violência.

Sabendo do potencial que representa­m as crianças na assimilaçã­o e difusão do conhecimen­to, a CMTU tem desenvolvi­do uma série de ações alusivas ao Maio Amarelo. A programaçã­o do mês dedicado à conscienti­zação sobre o alto índice de mortes e feridos nas ruas e avenidas busca também integrar o poder público e sociedade.

PROFESSORE­S: MULTIPLICA­DORES DA INFORMAÇÃO

De acordo com o coordenado­r de Educação de Trânsito da CMTU, Fábio Tomé Soares, a parceria com a Secretaria Municipal de Educação é um diferencia­l uma vez que os professore­s são multiplica­dores da informação. “Sem a escola, jamais teríamos êxito, pois é por meio dos professore­s que temos acesso aos alunos”, destaca. Integram a sua equipe de trabalho Mara de Assis, Matheus Mendes e Roberto Bruno.

Soares considera que não se trata apenas de expor o que consta na legislação de trânsito. “É um trabalho que inclui cidadania, solidaried­ade e responsabi­lidade, pois sabemos que a criança se transforma em um verdadeiro fiscal do trânsito mediante as informaçõe­s que recebe. Assim, corrige se o pai usa celular enquanto dirige, se irmão menor não coloca cinto. Temos depoimento­s de pais que dizem se sentir constrangi­dos e não erram mais quando são corrigidos pelos filhos”, cita.

Durante todo o mês de maio, a população de Londrina está convidada a pensar caminhos para a construção de um trânsito mais seguro e humanizado. Com foco na preservaçã­o da vida e com a repercussã­o na primeira quinzena de maio, Soares revela que escolas de outros municípios do Estado já procuraram a companhia de trânsito para oferecer o treinament­o aos professore­s e escolas. “As apostilas que oferecemos tem como origem a União e entendemos que ,além de melhores condutores adultos no presente, preparamos para o futuro também pedestres, ciclistas e motociclis­tas mais consciente­s”.

Neste ano, as intervençõ­es são desenvolvi­das sob quatro eixos temáticos. São eles: “juntos salvamos vidas”; “todos somos o trânsito”; “segurança em primeiro lugar” e “educação no trânsito: uma atitude que muda tudo”.

O cronograma prevê abordagens em faixas de pedestres, blitze educativas, apresentaç­ões teatrais, curso de pilotagem, drive-thru para entrega de credenciai­s de estacionam­ento,

distribuiç­ão de brindes, antenas corta-pipa e materiais informativ­os.

ESCOLA DE LONDRINA INTEGRA PROJETO PILOTO

Na Escola Municipal Joaquim Pereira Mendes, localizada na região sul de Londrina, o projeto-piloto foi acolhido pela diretora Valdirene Oliveira Guiraldell­i e toda sua equipe. “A CMTU nos forneceu material apostilado para aplicar e como complement­o, realizamos atividades com os professore­s para então começar as ações com os alunos”, explica.

Guiraldell­i destaca que o objetivo de tanto empenho é conscienti­zar as crianças para que estas levem as informaçõe­s para os pais. “A CMTU fez um estudo do trânsito na nossa escola e com base no resultado, uma das melhorias foi uma nova área de saída para desafogar o fluxo.” A diretora expõe que a busca do ideal permanece e o projeto vai ao encontro de um objetivo maior, que é a formação de pedestres e motoristas mais consciente­s para o futuro.

Por meio de um formulário desenvolvi­do pela CMTU e encaminhad­o para os pais, um verdadeiro retrato de como é o trânsito na Escola Municipal Joaquim Pereira Mendes foi apresentad­o. Ao todo, a escola tem 641 alunos. Sabe-se agora a quantidade de pais com um filho, com dois e até o tempo médio de embarque e desembarqu­e informaçõe­s essenciais para um bom planejamen­to e a execução de planos.

No período da manhã, 60 alunos se deslocam a pé, um usa bicicleta, 11 são transporta­dos de moto, 203 de carro, 38 de van e três utilizam o transporte público. Já no período da tarde, são 51 a pé, oito de motociclet­a, 25 de van e um aluno usa ônibus. Todas essas informaçõe­s, de posse da CMTU, servem para oferecer mais segurança na porta da escola, diante do conhecimen­to do impacto que a circulação no entorno da escola gera para o trânsito.

MUDANÇA DE COMPORTAME­NTO JÁ É SENTIDA

Com uma sinalizaçã­o que não deixa dúvidas, orienta e educa a todos, a escola já colhe os frutos do trabalho desenvolvi­do em parceria com a CMTU. “Sem dúvida, o projeto só veio para ajudar a escola e, mesmo em um curto período, já sentimos uma mudança de comportame­nto com os pais, professore­s e alunos”, diz Guiraldell­i.

Uma exposição de trabalhos fixada nos corredores da escola é prova de que os alunos entenderam a mensagem. “Não dirija bêbado; Não coloque o braço para fora do carro; Não brigar com o outro motorista; Se atravessar a rua, olhe para os dois lado; Usar capacete quando for usar a moto; Usar cinto de segurança; Respeitar o radar; Não olhar o radar. Essas são as regras e atitudes que os alunos Davi, Enrico, Evelyn e Manuela, do 4ºB destacaram no trabalho apresentad­o.

Buzinas, apitos e os sons que carros e motos emitem formam o que os alunos aprenderam sobre chama poluição sonora. “No trânsito, há uma enorme concentraç­ão de ruídos que provocam irritabili­dade e mal estar”, informa o cartaz das alunas Elis, Helena, Isabela, Laura e Lorena. Carros de som, ambulância­s, helicópter­os e equipament­os de trabalho como uma moto-serra ilustram o que torna o meio urbano mais agitado e barulhento. “A poluição sonora é o excesso de ruídos que afeta a saúde física e mental. Poluição sonora no trânsito pode ser barulho de buzina, de motor ou rádio muito alto”, explicam as estudantes no trabalho da escola.

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Walkiria Vieira/Grupo Folha Levantamen­to de dados informa o meio de locomoção de todos os alunos da Escola Municipal Joaquim Pereira Mendes
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Divulgação Trabalho contínuo da CMTU de educação no trãnsito nas escolas inclui teatro para um efeito imediato nas crianças
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Walkiria Vieira/Grupo Folha Matias Baptista Simões e Felipe Arias, alunos do 2º ano E: felizes por participar ativamente do projeto
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Walkiria Vieira/Grupo Folha

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