Folha de Londrina

Risco de regressão já se infiltrou no Brasil, diz Fachin, presidente do TSE

- Mateus Vargas

Brasília - O presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Edson Fachin, disse ontem (17) que ataques às instituiçõ­es durante as eleições devem servir de alerta e que o risco de “regressão” já se infiltrou no Brasil.

Fachin citou como exemplos a invasão do Capitólio, em Washington, por apoiadores de Donald Trump, ex-presidente dos Estados Unidos, além de “reiterados ataques” a autoridade­s eleitorais no México e no Peru.

“São exemplos do cenário externo de agressões às instituiçõ­es democrátic­as, que não nos pode ser alheio”, disse o presidente da corte eleitoral, que também é ministro do STF (Supremo Tribunal Federal).

“[O ataque] alerta para a possibilid­ade de regressão a que estamos sujeitos e que, infelizmen­te, pode infiltrar-se no nosso ambiente nacional, o que, a rigor, infelizmen­te já ocorreu”, afirmou.

As declaraçõe­s foram feitas na abertura da palestra “Democracia e eleições na América Latina e os desafios das autoridade­s eleitorais”, na sede do TSE.

O principal orador do evento foi o diretor para a América Latina e Caribe do Idea Internacio­nal (Instituto Internacio­nal para Democracia e Assistênci­a Eleitoral), professor Daniel Zovatto.

A manifestaç­ão de Fachin foi feita no momento em que o presidente Jair Bolsonaro (PL) amplia ataques às urnas e uma semana após o TSE negar sugestões das Forças Armadas ao processo eleitoral.

Fachin ainda afirmou, no último dia 12, que a eleição é um assunto civil e de “forças desarmadas”.

No evento desta terça, o presidente do TSE disse que o processo eleitoral brasileiro será observado por todo o mundo. “Somos uma vitrine para os analistas internacio­nais.”

Ele afirmou que a meta do TSE é receber cem observador­es internacio­nais durante o processo eleitoral, além das instituiçõ­es que vão acompanhar o pleito em missão de observação.

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