Blitz em Londrina alerta sobre proteção de crianças e adolescentes
Atividade marca o Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual contra Crianças e Adolescentes, neste 18 de maio
Em alusão ao Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual contra Crianças e Adolescentes (18 de maio), o Sistema Único de Assistência Social de Londrina promove durante o mês a campanha “Faça Bonito. Proteja Nossas Crianças e Adolescentes”.
Para abrir a programação, alunos de escolas municipais junto com a Rede Intersetorial Sul A e Sul B participaram de uma blitz educativa ontem para conscientizar motoristas que passavam pela avenida Guilherme de Almeida, na zona sul. Eles carregavam cartazes, faixas, panfletos e flores, símbolo da infância que, ao mesmo tempo, demonstra a vulnerabilidade infanto-juvenil frente ao abuso e exploração sexual.
O 18 de maio é um marco para relembrar o assassinato de Araceli, uma menina de oito anos que foi drogada, abusada e morta por jovens de classe média alta, em 1973, em Vitória (ES). A história dela passou a representar, para o Brasil, inúmeras crianças e adolescentes que sofrem violência sexual.
REDE DE PROTEÇÃO
Em Londrina, a secretaria municipal de Assistência Social possui três unidades de atendimento especial a estas crianças e adolescentes. O serviço de Paefi (Proteção e Atendimento Especializado a Famílias e Indivíduos), ofertado nas unidades dos Creas (Centros de Referência Especializado de Assistência Social), atende as famílias, crianças e adolescentes, fazendo acompanhamento social e articulação com todos os serviços necessários.
Nas três unidades, atualmente são acompanhadas 723 famílias com crianças e adolescentes em situação de violação de direitos.
A promotora de Justiça da Infância e Juventude em Londrina, Josilaine Aletéia de Andrade, destaca que o número de casos tem aumentado, mas que ainda há uma grande subnotificação. “Temos, inclusive, uma dificuldade para obter números que refletem, de fato, a realidade porque muitas situações entram na Justiça como violência doméstica. Mas quando uma mulher é vítima de violência, a criança dentro de casa também é, mesmo que ela não sofra diretamente a violência. E nós sabemos que a violência contra a mulher subiu e muito nos últimos anos”, argumenta.
AUMENTO DE DENÚNCIAS
Andrade cita ainda que “quando as crianças estavam isoladas em casa por conta da pandemia (do coronavírus), esse cenário era ainda pior, pois as situações não chegavam ao nosso conhecimento”, diz. Em Londrina, a estimativa é de um aumento de aproximadamente 20% de denúncias de violência contra crianças e adolescentes nos últimos meses.
Para a juíza Camila Tereza Gutzlaff Cardoso, da 1ª Vara da Infância e Juventude, esse aumento de denúncias se deve, principalmente, ao retorno das crianças ao ambiente escolar.
“Ações como essa blitz educativa são uma forma de conscientizar e levar informação tanto para a população quanto para as crianças sobre a importância de saber o que é um abuso, sobre como denunciar e reforçar que não se deve ter vergonha de fazer a denúncia”, diz.
INFORMAÇÃO
A conselheira tutelar da região Sul, Elen Fabiana Tenório Camilo Luz, destaca que quanto mais pessoas são informadas sobre o tema, maior proteção é dada às crianças e adolescentes. “Vivenciamos esses casos no dia a dia e prevenir a violência é o maior objetivo, mas a gente só consegue alcançá-lo, falando sobre”, enfatiza.
Uma nota publicada pelo Comitê de Gestão Colegiada da Rede de Cuidados e Proteção Social as Crianças e aos Adolescentes Vítimas ou Testemunhas de Violência do município de Londrina, considerando os dados da Secretaria de Estado da Saúde, aponta que na cidade, entre o período 2019 a abril de 2022, foram notificados 760 casos de violência sexual na população de zero a 17 anos.
ONDE DENUNCIAR
Disque 100 – canal de denúncia de violação de direitos humanos
Disque 125 – canal de denúncia de violação de direitos de crianças e adolescentes Disque 190 - Emergência policial Disque 181 - Centro Integrado de Denúncias do Paraná