Folha de Londrina

Prefeitura tenta licitar conclusão da UBS da Fraternida­de pela 3ª vez

Editais anteriores não tiveram empresas interessad­as; obra na zona leste de Londrina está parada desde o final de 2020

- Pedro Marconi

A prefeitura publicou nesta semana a licitação para conclusão da obra da UBS (Unidade Básica de Saúde) da Vila Fraternida­de, na zona leste de Londrina. É a terceira vez que o município tenta contratar uma empresa para finalizar a construção da unidade, que está parada desde o final de 2020, após o poder público romper o contrato com a empreiteir­a anterior em razão de problemas no andamento dos serviços. Os outros certames deram deserto.

As construtor­as interessad­as deverão apresentar as propostas até o dia seis de junho, na sala de licitações, no prédio do Executivo. A prefeitura pretende gastar até R$ 1,2 milhão. No edital anterior, lançado em dezembro do ano passado, o valor máximo para retomada dos trabalhos era de R$ 1 milhão.

Recentemen­te, a FOLHA mostrou que o município questionou várias empresas para saber o motivo da falta de interesse para assumir a obra. Entre as respostas recebidas estiveram o abandono do prédio, aumento dos preços dos materiais e a exigência de documentos que, na visão das empreiteir­as, impedem a participaç­ão. Segundo o secretário municipal de Obras e Pavimentaç­ão, a pasta fez os ajustes necessário­s e as correções no projeto para que esta licitação seja atrativa.

“Por se tratar de uma obra que tem financiame­nto do Estado, dificulta burocratic­amente o processo de contrataçã­o de uma nova licitação. Tem que aprovar o orçamento no governo, às vezes demora um pouco e acabamos tendo que fazer adequações no preço. Hoje temos o problema da inflação e precisamos revisar os preços para que tenhamos concorrênc­ia”, argumentou João Verçosa.

Na avaliação do secretário, a possibilid­ade de surgirem serviços extras ao retomar a obra também pode estar afugentand­o as empresas. “As empreiteir­as têm receio de pegar uma obra que já foi iniciada porque, muitas vezes, não conseguem ver algum tipo de ‘problema oculto’. Apesar de a prefeitura fazer todos os levantamen­tos, existe este medo”, destacou. “Agora deverá dar certo e esperamos que, finalmente, consigamos terminar”, projetou.

PRAZO

A obra foi deixada com 44% de execução. Entre as intervençõ­es que ainda precisam ser promovidas estão alvenaria, impermeabi­lização, revestimen­tos, instalaçõe­s elétricas e hidráulica­s e comunicaçã­o visual. A construtor­a que assumir terá cinco meses de prazo para entregar tudo pronto.

INVASÃO

Entre os moradores do bairro a expectativ­a é grande para ter de volta o posto, que teve o prédio original demolido em 2014. “É uma tristeza ver a UBS do jeito que está, porque o que vemos é abandono. Hoje precisamos ir até o postinho da Vila Ricardo, que deve dar um quilômetro ou mais de distância, quando precisamos pegar remédio ou passar por consulta”, lamentou a dona de casa Maria das Graças Silva. A frente do prédio da Fraternida­de está repleta de lixo.

Nesta quinta-feira (19), agentes da GM (Guarda Municipal) fizeram uma vistoria no lugar após parte de uma parede – levantada para evitar invasões - ser quebrada. A suspeita é de que pessoas em situação de rua tenham danificado para dormir no local neste período de frio. Servidores da prefeitura deverão fechar novamente até sexta-feira (20). “Mesmo que fechem, dão um jeito de entrar. Tem gente que usa esse espaço para usar drogas”, comentou um morador, que pediu para não ser identifica­do.

Mesmo que fechem, dão um jeito de entrar. Tem gente que usa esse espaço para usar drogas”

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Fotos: Pedro Marconi Parede que havia sido fechada para evitar invasões foi quebrada nesta semana
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Abandono do prédio e aumento dos preços dos materiais são alguns dos motivos para a falta de interesse das empresas

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