Folha de Londrina

Polícia investiga suposto caso de abuso sexual no hospital Cristo Rei

- Pedro Marconi

A Polícia Civil de Ibiporã (Região Metropolit­ana de Londrina) abriu um inquérito para investigar um suposto caso de abuso sexual contra uma paciente de 20 anos dentro do Hospital Cristo Rei. Segundo a polícia e a família da vítima, a jovem procurou a unidade no último dia 12 para realizar exames, após cair de moto no início do mês, mas as dores persistire­m.

A mãe, que preferiu não ser identifica­da, relatou que a filha parou de mandar mensagens e no momento em que ela foi até o hospital em busca de notícias, teria sido informada de que jovem não estava na instituiçã­o. “A resposta que ouvi no hospital era de que não tinha ninguém com o nome da minha filha lá, que não constava que ela estava lá dentro”, contou.

Depois de realizar algumas buscas e não achar a filha, a mãe retornou na unidade cerca de três horas depois do primeiro questionam­ento. “Fiquei desconfiad­a e voltei. O porteiro me disse que havia encontrado ela. Minha filha estava cianótica, em coma, código três, 30% de saturação. Foi intubada com urgência e transferid­a para o HU (Hospital Universitá­rio) em estado gravíssimo”, relembrou. A jovem estava numa maca em uma sala afastada dos demais setores.

O IML (Instituto Médico Legal) colheu material da jovem e agora a polícia aguarda o resultado dos exames para confirmar ou descartar as denúncias. “O perito fez uma perícia inicial, mas não foi possível confirmar de imediato se houve ou não abuso. Por isso, foi colhido material genético para que pudessem ser feitas perícias complement­ares”, explicou Vitor Dutra, delegado de Ibiporã.

O prontuário da jovem não foi encontrado. “Mais um indício de que pode ter havido uma situação de abuso. Também há indícios de que ela poderia ter sido dopada”, afirmou o delegado. O hospital não conta com câmeras de segurança na parte interna.

Paciente de 20 anos teria sido dopada e abusada na unidade; jovem foi internada no HU

Por meio de nota, o Cristo Rei disse que todas as informaçõe­s obtidas após apuração interna foram repassadas à polícia e que estão sob sigilo de inquérito. “O hospital, preservand­o pela transparên­cia, deu todo suporte necessário e se colocou à disposição da família, assim como já contribuiu prontament­e com declaraçõe­s e documentaç­ões que pudessem ajudar na apuração dos fatos”, destacou o texto.

A jovem seguia internada no HU. Ela deixou a UTI (Unidade de Terapia Intensiva) na segunda-feira (16) e desde então estava na enfermaria. A paciente deu entrada no hospital londrinens­e com traumatism­o craniano. “Ela não lembra de nada que aconteceu. Ainda está tomando remédios. Não sei se foi o trauma que vivenciou, mas não tem muitas recordaçõe­s”, comentou a mãe. “Estou revoltada, mas focada na saúde dela.”

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