Folha de Londrina

Lula e Bolsonaro dividem apoio de artistas na corrida à Presidênci­a

Enquanto Daniela Mercury, Gilberto Gil e Caetano Veloso declaram voto no petista, cantores sertanejos como Sergio Reis, Ralf e Zezé di Camargo aderem ao bolsonaris­mo

- Leonardo Volpato

São Paulo - Quem vai ser o próximo presidente do Brasil? Impossível dizer, mas a única certeza sobre as eleições tem uma base histórica: a disputa entre Jair Bolsonaro (PL) e Lula (PT) deve seguir exemplos de votações anteriores e se acirrar ainda mais depois do horário eleitoral gratuito, a partir de agosto.

Apesar de muitos artistas preferirem não se posicionar politicame­nte, meses antes do início da propaganda já é consideráv­el a quantidade formadores de opinião que declararam publicamen­te suas intenções de voto - seja nas redes sociais, em entrevista­s ou shows.

O ex-presidente Lula parece ter até aqui o maior apoio da classe artística. Já declararam abertament­e que vão de 13 nas urnas nomes como Pabllo Vittar, José de Abreu (um petista histórico), Daniela Mercury e Silvero Pereira, além de Teresa Cristina, Duda Beat, Lenine, Chico César, Gilberto Gil e sua família, entre outros. Alguns deles, aliás, já entraram oficialmen­te na campanha do petista ao gravar a nova versão do clipe do jingle “Lula Lá”.

Caetano Veloso chegou a declarar seu voto em rede nacional quando foi entrevista­do pelo programa da TV Cultura Roda Viva, em dezembro de 2021. O músico e a mulher, a empresária e produtora Paula Lavigne, ratificara­m seu apoio ao encontrar Lula e a socióloga Rosângela da Silva, a Janja, antes do casamento de ambos, no apartament­o em que moram, em São Paulo.

Zeca Pagodinho não encontra Lula pessoalmen­te há algum tempo, mas no Carnaval demonstrou descontent­amento com os rumos do país sob o comando de Bolsonaro e cogitou ir embora do Brasil caso o presidente consiga se reeleger. Ele e Lula se conhecem há tempos, e o petista costuma telefonar para Zeca em ocasiões importante­s a mais recente foi em fevereiro, no aniversári­o do músico.

APOIO DE SERTANEJOS

Do lado ideologica­mente oposto, entre aqueles que defendem o governo e a reeleição de Jair Bolsonaro, estão nomes como Latino, Thiago Gagliasso e Ratinho. A modelo Andressa Urach é uma de suas mais ferrenhas admiradora­s e cogitou dar o nome dele ao filho recém-nascido como revelou durante conversa pelas redes sociais.

É entre os sertanejos que o bolsonaris­mo tem mais apoio, incluindo neste balaio músicos de várias gerações, como Amado Batista, Chrystian, que formava dupla com o irmão, Ralf, e o cantor Sérgio Reis. Em agosto de 2021, Reis vazou um áudio em que Reis fazia ameaças contra ministros do Supremo Tribunal Federal e convocava defensores do presidente para uma manifestaç­ão em Brasília. “Se em 30 dias eles não tirarem aqueles caras [ministros do STF], vamos invadir, quebrar tudo e tirar os caras na marra”, disse, na época

.Zezé di Camargo também foi às redes em 2021 para chamar a população para as manifestaç­ões pró-Bolsonaro e pedir pela volta do voto impresso, uma das obsessões do presidente.

Por ainda não haver um nome de consenso para a chamada terceira via, não está muito evidente o voto em outro candidato por parte dos famosos. No final de 2021, quando parecia mais viável a candidatur­a de Sergio Moro pelo Podemos, o ator Carlos Vereza manifestou apoio. Já Fábio Porchat e Tico Santa Cruz demonstrav­am interesse em apoiar Ciro Gomes (PDT).

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Evaristo Sá/Ricardo Chicarelli/AFP Apesar de muitos artistas preferirem não se posicionar politicame­nte, meses antes do início da propaganda já é consideráv­el a quantidade formadores de opinião que declararam publicamen­te suas intenções de voto em Bolsonaro ou Lula
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