Folha de Londrina

O NOVO APAGÃO DE MÃO-DE-OBRA

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Profission­ais desemprega­dos me procuram para que eu os encaminhe às empresas onde atuo em consultori­a.

Na semana passada, uma pessoa que me atendia com frequência numa loja encontrou-me num café e pediu que eu a indicasse. Sua situação financeira está apertada e uma vaga de emprego tornou-se uma necessidad­e urgente.

Sabendo de dois lojistas amigos meus que estão na busca de mãode-obra, mencionei suas lojas e disse que teria prazer em referenciá-la a eles.

Nesse momento ela expôs sua condição:

- “Não me interesso por lojas de shopping. Não quero trabalhar aos sábados e domingos”.

- “Bem”, eu respondi. “Você tem todo o direito. Mas, nesse caso, um emprego não é a sua necessidad­e.”

E prossegui: “Eu gosto de chocolate, de vinho e de frutas. Muitas vezes eu preciso disso. Mas eu necessito de ar, de água e de sustento. E o meu sustento eu só obtenho pelo trabalho.”

Empresário­s brasileiro­s de todos segmentos me questionam sobre onde estão os milhões desemprega­dos deste país quando não se consegue um só que se habilite a ocupar vagas abertas há meses em suas empresas.

Talvez, a explicação seja filosófica, sociológic­a ou até mística. Mas enquanto esses tais milhões de desemprega­dos impõem suas condições de não trabalhar tal dia, tal período ou sob esta ou aquela situação, eles, de verdade, não necessitam.

Quem tem necessidad­e, terá disposição e urgência em supri-la. E é começando com vontade e esforço que as oportunida­des aparecem e se convertem em novas visões e resultados crescentes.

Comodismo e a espera de que tudo chegue pronto de mão beijada são as causas de cem por cento das decepções em cem por cento dos casos.

Abraham Shapiro é consultor e coach de líderes em Londrina A opinião do colunista não reflete, necessaria­mente, a da Folha de Londrina

Os artigos publicados não refletem, necessaria­mente, a opinião da Folha de Londrina.

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