Folha de Londrina

Vira o disco: é tempo de nostalgia

- Walkiria Vieira

A música reúne e tem o poder de transforma­r um ambiente. Popular, erudita, ou eletrônica encontra gosto certo. A sertaneja, a bossa, o rock e o samba também. Há lugar, hora e ouvido para todos os estilos musicais. Se a memória encarrega-se de torná-las inesquecív­eis - seja a trilha sonora de um filme, uma fase da vida ou um jingle publicitár­io -, a forma de ouvi música mudou, mas o sentimento a essa arte persegue aqueles que fazem da música para os ouvidos, hábito.

Para o músico, colecionad­or de vinis e proprietár­io da loja Malucas Discos, Lucas Ricardo Silva, a música tem papel essencial em sua rotina desde muito menino. Foi apresentad­o a Elvis e Beatles por sua mãe e a banda do tio Ideval Zanoni , a The

Packers, também está em sua memória como um símbolo de sua inclinação para a arte. Baterista da banda Búfalos d´Água, que tem 25 anos de história, Silva acaba de inaugurar sua loja física de discos de vinil, com cerca de 2.200 títulos.

O local escolhido foi o Centro Comercial, localizado na rua Piauí, nº 181 e que guarda relação com a história musical de Londrina. “Aqui funcionou a Oasis Discos, depois virou Jardim Elétrico”, recorda. Com um acervo predominan­temente de bandas de rock, o músico explica que possui todos os estilos: “MPB, jazz, blues, orquestras, sertanejos, música infantil, alemã, italiana, francesa”, cita.

Há oito anos, as vendas online e as participaç­ões em feiras são uma realidade para o comerciant­e e ele considera que a loja física, além de ser um local acessível, representa também um ponto de encontro para as pessoas que são fãs de discos de vinil. “Para conversare­m sobre música, trocar informação. A Footloose, que ficava na Sergipe nos anos 90, era um verdadeiro point. Quem gostava de ouvir música, se reunia lá”, recorda ele sobre uma antiga loja.

Os bolachões na parede se impõem. Pela raridade, pelas marcas do tempo e robustez. Podem ser tocados, escutados e apreciados - pelas mãos e sonoridade. “É diferente de ouvir no spotfy, pois fica evidente que um trabalho de estúdio e mixagem passa despercebi­do e acaba compactado na versão digitaliza­da.”

A dose de nostalgia varia de um amante de vinil para outro e o valor e reconhecim­ento a cada álbum são únicos. Camisetas e livros compõem o mix com identidade.

De acordo com

Silva, há títulos que se tornam referência pelo valor que alcançam no mercado, como um vinil de Arthur Verocai, comprado por R$ 15 mil. “Esse é considerad­o uma brasilidad­e, é o que sei, mas há outros situações como o fato de ter tido prensagem única, cita. Na lista dos desejos de muitos fás de hip hop, está o disco da banda House of Pain, de 1992. “Foi prensado no Brasil e com uma tiragem pequena. À venda e muito cobiçados, podem ser vistos de pertinho raridades como a reedição de “Rap é compromiss­o”, do rapper Sabotage; “Racional”, de Tim Maia; “A reedição de A Tábua de Esmeralda”, de Jorge Ben, de 1974, por exemplo.

SERVIÇO

Malucas Discos

Centro Comercial Londrina Rua Piauí, 197 - loja 75

De segunda a sexta, das 14 às 19 horas. Aos sábados, das 9 às 17 horas Instagram e facebook: malucasdis­cos

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Gustavo Carneiro/Grupo Folha “É diferente de ouvir no spotfy, pois fica evidente que um trabalho de estúdio e mixagem passa despercebi­do e acaba compactado na versão digitaliza­da”, afirma o proprietár­io da loja de vinis Lucas Ricardo Silva

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