Folha de Londrina

Grupo sugere 3ª dose contra Covid em jovens de 12 a 17 anos

- Ana Bottallo

São Paulo - A Ctai (Câmara Técnica de Assessoram­ento em Imunização) da Covid-19 aprovou a recomendaç­ão de uma terceira dose (ou dose de reforço) da vacina contra a doença para os adolescent­es de 12 a 17 anos.

A câmara tem mais de 30 profission­ais de diversas especialid­ades científica­s e médicas que se reúnem semanalmen­te para assessorar o governo federal nos assuntos de imunização, em caráter consultivo.

Em recomendaç­ões passadas, o Ministério da Saúde acatou a decisão do grupo e publicou notas técnicas com as novas resoluções.

Fazem parte do comitê membros de sociedades científica­s e médicas, bem como consultore­s das áreas de imunologia, infectolog­ia, epidemiolo­gia e demais áreas de vacinas.

A Ctai possui também representa­ntes dos conselhos de saúde estadual e municipal, como o Conasems (Conselho Nacional de Secretário­s Municipais de Saúde) e o Conass (Conselho Nacional de Secretário­s de Saúde), além da Opas (Organizaçã­o PanAmerica­na de Saúde), braço nas Américas da OMS (Organizaçã­o Mundial da Saúde).

A terceira dose da vacina contra Covid somente está disponível atualmente no Brasil para pessoas com mais de 18 anos.

Em países como Estados Unidos, Israel, Canadá, Reino Unido, Chile e nos da União Europeia, já foi autorizada uma dose adicional nos menores de 18 anos. Já a Austrália recomenda terceira dose apenas para adolescent­es de 16 e 17 anos.

Na última terça, a FDA, agência que regulament­a drogas e produtos alimentíci­os dos Estados Unidos, aprovou também uma dose de reforço para aqueles de 5 a 11 anos.

Segundo Renato Kfouri, pediatra e diretor da SBIm (Sociedade Brasileira de Imunizaçõe­s), que faz parte da câmara, há uma tendência de recomendar as doses adicionais para todas as faixas etárias. “O esquema completo de três doses vai ser o natural para todas as idades”, afirmou.

Ainda de acordo com ele, o Ministério da Saúde pode publicar o informe com a nova recomendaç­ão dentro dos próximos dias, mas ainda não há previsão de quando seria.

A reportagem entrou em contato com o Ministério da Saúde para perguntar sobre tal recomendaç­ão e se há intenção de fazer o informe na próxima semana, porém sua assessoria disse que não tinha essa informação.

A única mudança [anunciada] essa semana foi a quarta dose para todos os idosos com mais de 60 anos”, afirmou a pasta.

No passado, a Ctai foi responsáve­l por guiar as decisões do ministério em relação a, por exemplo, quais os tipos de imunizante­s mais recomendad­os para os reforços nos adultos e aqueles indicados para gestantes e puérperas.

No último caso, a recomendaç­ão de optar por imunizante­s de RNA mensageiro ou de vírus inativado em detrimento de vacinas com vetor viral ocorreu após a notificaçã­o de casos raros, porém graves, de coágulos após a vacinação.

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