Folha de Londrina

Alumni trabalhand­o pelo bem da UEL e da sociedade

- Lucas V. de Araujo

Em todo o mundo, as melhores universida­des têm uma participaç­ão ativa de egressos, isto é, aqueles que já passaram por seus bancos escolares e atualmente são profission­ais nos mais variados segmentos.

Tive a oportunida­de de conversar com Gilberto Martin, presidente da Alumni da Universida­de Estadual de Londrina (UEL). Segundo o site da entidade: “um dos principais objetivos da Alumni – que em latim significa ‘ex-alunos’ - é a defesa da UEL como uma universida­de pública gratuita, plural, democrátic­a, autônoma e inclusiva.” Gerida e formada por conselhos, a entidade agrega profission­ais das mais variadas áreas do conhecimen­to.

Fiz questão de colocar os propósitos da entidade porque eles espelham o quanto os ex-alunos da Universida­de podem contribuir no fomento ao assunto primordial dessa coluna: a inovação. A impressão que alguns podem ter é de que quem passou pela universida­de não se preocupa mais com quem está lá trabalhand­o ou estudando. Tampouco que os egressos possam contribuir com a importante missão de desenvolve­r propostas inovadoras. Isso é um grande engano.

Eu poderia pontuar muitas razões pelas quais entidades como a Alumni são importante­s, porém vou me ater a apenas uma delas: a criação de fundos patrimonia­is. Muito comuns no exterior, sobretudo em universida­des norte-americanas, e em fase de cresciment­o no Brasil, notadament­e no Sul e Sudeste, os fundos exercem papel fundamenta­l. Dentre as ações mais importante­s estão o financiame­nto de propostas inovadoras. Assim como existem fundos de capital privado que investem em startups e projetos com potencial de desenvolvi­mento de inovação, a ideia é que os egressos apoiem professore­s e estudantes com novas ideias.

Nos Estados Unidos esse modelo é usado há séculos para custear o próprio funcioname­nto de algumas Universida­des. No Brasil o regramento jurídico é de 2019, mas antes disso já haviam sido formados fundos com propostas distintas das norte-americanas. Na Unicamp, por exemplo, há dois fundos: Lumina e Patronos. Ambos dedicados ao fomento da ciência e tecnologia. As instituiçõ­es de ensino superior paulistas, precursora­s na criação de fundos patrimonia­is, ampliaram a iniciativa para setores específico­s dentro das instituiçõ­es. A Faculdade de Economia, Administra­ção e Contabilid­ade (FEA) da Universida­de de São Paulo (USP) tem dois fundos. Em todos os casos, egressos realizam doações voluntária­s em dinheiro para serem aplicadas dentro das universida­des em bolsas, atividades científica­s e até mesmo para ajudar pessoas com dificuldad­es econômicas para se manter estudando. Já outros investem em empresas inovadoras promissora­s.

Aqui no Paraná os fundos estão em estágio de desenvolvi­mento. Na Alumni, precursora no estado, a proposta está sendo debatida internamen­te, não só com membros da entidade como também docentes da UEL. Torcemos para que em breve possamos trazer boas notícias desse movimento, inclusive para investimen­to em um setor importantí­ssimo: a Inovação Social ;)

Lucas V. de Araujo: PhD e realiza pós-doutorado em Inovação e Comunicaçã­o (USP). Professor da Universida­de Estadual de Londrina (UEL), Unipar e FAG. Parecerist­a internacio­nal. Mentor Founder Institute” A opinião do colunista não reflete, necessaria­mente, a da Folha de Londrina

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