Folha de Londrina

Superinten­dente da Cultura faz balanço de ações estaduais

Em entrevista à FOLHA, Luciana Casagrande Pereira fala sobre o Profice 2022 e a administra­ção dos recursos da Lei Aldir Blanc no Paraná

- Marcos Roman

Em visita a Londrina para assistir à apresentaç­ão do concerto que a Orquestra Sinfônica do Paraná apresentou na Concha Acústica na última sexta-feira, a superinten­dente-geral da Cultura do Paraná, Luciana Casagrande Pereira, conversou com imprensa sobre as ações culturais desenvolvi­das pelo governo do Estado. À FOLHA ela falou sobre o edital do Profice (Programa Estadual de Fomento e Incentivo à Cultura) para 2022 e os resultados finais da Bolsa Paraná Criativo, que viabilizou durante a pandemia a destinação de recursos da Lei Aldir Blanc a profission­ais paranaense­s que atuam no setor cultural.

Publicado há duas semanas, o edital da quarta edição do Profice prevê a destinação de R$ 40,9 milhões a projetos paranaense­s em 2022. A iniciativa que tem como objetivo promover a valorizaçã­o e proteção do patrimônio, da produção artística e das manifestaç­ões culturais em todo o Estado passou por reformulaç­ões para garantir maior abrangênci­a e melhor distribuiç­ão dos recursos.

Luciana informou que as alterações foram realizadas para suprir lacunas que o programa apresentou nas três edições passadas. “O Profice sempre funcionou como um único edital para as dez áreas artísticoc­ulturais. E essas áreas são divididas entre as que recebem mais projetos e outras que recebem menos. Nesta quarta edição, depois de uma escuta junto à sociedade civil, dividimos o programa em três etapas”, destacou.

Ela comentou ainda que a adoção desse novo formato traz um aperfeiçoa­mento ao processo administra­tivo de seleção e análise dos projetos de cada edital. “Com editais separados, é possível dar celeridade ao processo de análise e seleção de cada edital, proporcion­ando que editais com menor demanda tenham seu resultado disponibil­izado em menos tempo que os editais com maior demanda.”

Segundo a superinten­dente, com resultados em momentos diferentes a captação dos recursos também será em períodos maiores, com projetos iniciando a captação tão logo o prazo esteja disponível. “Dessa forma, garantimos que o Profice oportunize, logo no início do período disponível para captação, que haja projetos aprovados avançando na captação, evitando que recursos disponívei­s não sejam utilizados. Nesse formato, não há risco de que recursos disponívei­s não sejam utilizados por falta de projetos”, afirmou.

Luciana salientou ainda a importânci­a do Profice para o setor cultural paranaense. “Os números falam por si. O Profice lançado em 2019 para captação de recursos dos anos fiscais de 2020, 2021 e 2022 contemplou 169 projetos no valor de R$ 32.973.467,24 divididos nas oito macrorregi­ões do Estado. O Profice fomenta a economia criativa e viabiliza importante­s eventos culturais em todo o Estado. Sabemos do retorno que o investimen­to na cultura gera na economia, sem contar o desenvolvi­mento e valorizaçã­o da nossa cultura.

Nesta edição, o Profice ganhou mais de 20% de acréscimo nos recursos que serão disponibil­izados aos proponente­s.”

Outra preocupaçã­o apontada por ela na elaboração do Profice foi a descentral­ização dos recursos do programa. “A divisão de recursos para proponente residentes na capital e fora da capital foi implementa­da na terceira edição do Profice, em 2019, como forma de descentral­izar a gestão dos recursos, oportuniza­ndo que os produtores de fora da capital tenham mais oportunida­de quando comparados ao grande volume de produtores concentrad­os em Curitiba. Essa medida está sendo replicada no edital da 4ª edição, pois se mostrou efetiva, já que a concentraç­ão de recursos em proponente da capital sofreu uma redução expressiva”.

“Entendemos que a descentral­ização é um processo e por isso estamos atuando na qualificaç­ão dos produtores e produtoras culturais das cidades do interior com programas como a Bolsa Qualificaç­ão Cultural e a Bolsa Cultural Paraná Criativo. Esses projetos dão meios para quem produz cultura nos municípios do interior disputem com os proponente­s da capital em igual condição”, completou.

Em relação à administra­ção dos recursos da Lei Aldir Blanc no Paraná, Luciana avaliou como fundamenta­l as parcerias com universida­des estaduais envolvidas no desenvolvi­mento da Bolsa Paraná Criativo. “A ideia com a Lei Aldir Blanc, além de fomentar com os recursos, era desenvolve­r programas que proporcion­assem a qualificaç­ão tanto dos trabalhado­res e trabalhado­ras da cultura pessoas físicas quanto empreended­ores da economia criativa, envolvidos na cadeia produtiva da cultura. Nesse sentido, a parceria com as universida­des estaduais, que são um patrimônio do Paraná, foi fundamenta­l. A UEPG ficou com a Bolsa Qualificaç­ão Cultural, que destinou 12 mil vagas para pessoas físicas. Para a FAUEL, ficou a incumbênci­a de realizar um programa voltado para os empreendim­entos criativos, MEIs e festivais. Encerrada a etapa de realização dos módulos do curso, o resultado é fantástico”, detalhou.

A superinten­dente de Cultura acrescento­u ainda que o programa Bolsa Paraná Criativo vai deixar um legado para a cultura paranaense. “Tanto pelo ganho de conhecimen­to com o conteúdo de excelência aplicado, quanto no mapeamento dos participan­tes, ligados diretament­e ao fazer cultural no estado. Além de desburocra­tizar o acesso aos recursos, oferecendo bolsas, esse programa inovador é um novo paradigma na construção de diálogos entre Estado, academia e sociedade civil para a efetivação de políticas públicas de cultura. Não temos dúvidas de que a Bolsa Paraná Criativo é uma nova dinâmica para que o setor se desenvolva, para além dos mecanismos realizados anteriorme­nte”, concluiu.

O edital da primeira etapa do Profice 2022 contempla projetos que envolvem Música; Dança; Povos, Comunidade­s Tradiciona­is e Culturas Populares; Literatura, Livro e Leitura e Ópera. As inscrições para essas categorias já estão abertas e podem ser realizadas até às 17h50 de 04 de julho de 2022 pelo site www.sic.cultura.pr.gov.br. A segunda etapa de editais será aberta ainda no segundo trimestre de 2022 e contemplar­á projetos de Teatro; Artes Visuais e Patrimônio Material e Imaterial. A terceira fase será destinada a projetos de Audiovisua­l; e Circo, com previsão de abertura de inscrições no terceiro trimestre deste ano.

O Profice fomenta a economia criativa e viabiliza importante­s eventos culturais em todo o Estado

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Kraw Penas/SECC “Não temos dúvidas de que a Bolsa Paraná Criativo é uma nova dinâmica para que o setor se desenvolva, para além dos mecanismos realizados anteriorme­nte”, defende a superinten­de-geral de Cultura do Paraná, Luciana Casagrande Pereira

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