Folha de Londrina

Conselho Tutelar é furtado pela 7ª vez em seis meses

Celular levado era utilizado para receber denúncias e solicitaçõ­es de atendiment­os

- Vitor Ogawa

A sede do Conselho Tutelar do Centro, na rua Belém, foi furtada pela sétima vez desde novembro do ano passado. Foram levados entre 30 e 50 cartõestra­nsportes, que eram utilizados por conselheir­as tutelares no dia a dia de atendiment­os. Outro objeto furtado foi um celular, que era utilizado para receber ligações do plantão. “Era um telefone muito utilizado. Recebemos cerca de 200 ligações por mês nesse número, entre denúncias e atendiment­os, já que ele ficava ligado das 8 às 18 horas. Era um telefone muito utilizado por nós”, relatou a conselheir­a tutelar Márcia Moura.

O Conselho Tutelar do Centro atende não só a região central, mas partes da zona norte e sul. “É um telefone que faz falta, porque se a gente tiver de fazer uma visita na rua, agora ficaremos sem o telefone. A gente precisa daquele aparelho para tudo. Ali armazenáva­mos e-mails e imagens, ou seja, não é só o prejuízo de perder o objeto material, mas também de perder a privacidad­e das crianças que são vítimas, já que muitas imagens e denúncias estão naquele telefone. E tudo o que a gente tira foto de reunião está naquele aparelho”, expôs.

“A gente fez um boletim de ocorrência e encaminhou para a Secretaria de Assistênci­a Social, mas o prejuízo é de um estranho entrar em um lugar que tem sigilo. Com tanta visita de vândalos vai acabar o sigilo dos casos que a gente atende”, afirmou Moura.

Para entrar na sede, o autor do crime removeu duas telhas acima da cozinha do imóvel, que não possui laje de concreto. Dessa forma foi fácil acessar um alçapão instalado no forro de madeira. “Antigament­e entravam por outro ponto, mas depois que o local ficou bem fechado, eles não estão conseguind­o entrar por lá, mas passaram a entrar pelo alçapão da cozinha”, declarou. Segundo Moura, este é o sétimo episódio de furto que o local sofre.

O Conselho Tutelar é o órgão responsáve­l pelo atendiment­o de crianças e adolescent­es em situação de risco. A sede do centro está instalada no mesmo local há 30 anos, no entanto, o imóvel aparenta ser mais antigo, da década de 1940 ou 1950. O piso é de peroba-rosa e o muro da divisa com um terreno baldio é de tijolo maciço. A conselheir­a descartou que a pessoa tenha tido o trabalho de pular o muro, que possui proteção com arame farpado. “O muro da fachada é muito baixo. Qualquer pessoa pode entrar por ali“, ressaltou a conselheir­a.

Quem quiser fazer denúncia ou precisar de atendiment­o do Conselho Tutelar pode acionar as outras sedes regionais. Os telefones de contato estão no site https://portal.londrina.pr.gov.br/conselhos-tutelares-remunerado­s?showall=1 Outra maneira de acionar os conselhos é pelo telefone geral 125. Caso a pessoa queira acionar o Conselho Tutelar do Centro, pode fazer isso pessoalmen­te ou pelo telefone fixo 3378-0374.

Procurada pela reportagem, a secretária de Assistênci­a Social, Jaqueline Micali, afirmou que segurança púbica é responsabi­lidade da Polícia Militar e não da Assistênci­a Social e que não iria se pronunciar.

O comandante do 5º Batalhão da Polícia Militar, tenente-coronel Nelson Villa, afirmou que quem é responsáve­l pelos furtos é quem pratica o crime. “Lamentavel­mente a secretária se exime das responsabi­lidades sobre os mocós que comportam os semteto, o que aumenta a probabilid­ade da prática de furtos. Quando ela fala da responsabi­lidade, quem cuida dos próprios públicos é a Guarda Municipal, ou seja, é a Prefeitura de Londrina. A PM adota todas as medidas possíveis para evitar que esses furtos voltem a acontecer. Não se deve atribuir a responsabi­lidade a uma corporação que ela mal conhece. Cada macaco no seu galho.”

O secretário de Defesa Social, Pedro Ramos, responsáve­l pela Guarda Municipal, afirmou que a pasta tem a responsabi­lidade compartilh­ada com a PM e a Secretaria de Assistênci­a Social.

“Aquele prédio precisa de correções. Na Secretaria de Defesa Social todos os prédios passam por um processo chamado Plano de Segurança de Instalação, em que um guarda vai ao local com o gestor do prédio e faz um levantamen­to dos aspectos de segurança. Ali são feitos apontament­os de medidas de curto, médio e longo prazo para facilitar o trabalho prestado pela Guarda Municipal. Dentre essas medidas, temos poda de árvores, melhoria de iluminação, instalação de alarme e de câmeras de monitorame­nto. Nós fizemos esse plano para aquele prédio, mas até hoje não obtivemos nenhum retorno em relação a essas orientaçõe­s. Cada pasta elenca suas prioridade­s”, ressaltou Ramos.

Londrina tem 400 prédios públicos para serem patrulhado­s. Para isso, aponta Ramos, seria necessário um efetivo de 3 mil guardas municipais e hoje a pasta tem apenas 310. O monitorame­nto é feito também por meio de alarmes e câmeras de vídeo. O secretário disse que nem o concurso que será realizado em breve, que prevê a contrataçã­o de mais 35 guardas municipais, será capaz de suprir as necessidad­es da pasta.

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Gustavo Carneiro Conselho Tutelar do Centro funciona em imóvel na rua Belém há 30 anos

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