Folha de Londrina

Brasil registra mais de 400 mortes após temporais em seis meses

Número de vítimas é resultado de chuvas fortes que assolaram Bahia, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Pernambuco, entre dezembro de 2021 e maio deste ano

- João Pedro Pitombo

Salvador, BA - Os temporais que assolaram os Estados da Bahia, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Pernambuco, entre dezembro do ano passado e maio deste ano, deixaram um saldo de ao menos 405 mortes em um período de seis meses.

A maior parte das vítimas foi registrada em Petrópolis, na região serrana no Rio de Janeiro, e na região metropolit­ana do Recife.

Dados do Sistema Integrado de Informaçõe­s sobre Desastres, ligado ao Ministério do Desenvolvi­mento Regional, apontam que estão em vigência 910 decretos federais de emergência ou calamidade por causa de chuvas intensas, enxurradas, alagamento­s, inundações e deslizamen­tos.

Os Estados de Minas Gerais e Bahia concentram mais de dois terços dos decretos. Maranhão, Rio de Janeiro e Pará aparecem na sequência como os mais atingidos. Em Pernambuco, epicentro os temporais registrado­s neste final de maio, 14 municípios tiveram emergência reconhecid­a nesta segunda-feira (30).

“Infelizmen­te, essas catástrofe­s acontecem. Um país continenta­l tem seus problemas”, afirmou o presidente Jair Bolsonaro (PL) nesta segunda no Recife, citando as chuvas que desde o ano passado atingiram o sul da Bahia, norte de Minas Gerais e o Rio de Janeiro.

Pernambuco já registra 91 vítimas, de acordo com balanço divulgado pelo governo do Estado nesta segunda-feira (30). Ao todo, são 26 desapareci­dos.

O prefeito do Recife, João Campos (PSB), disse que a situação era “completame­nte fora do normal” e classifico­u o episódio como o maior desastre dos últimos 50 anos na capital pernambuca­na.

Outras três mortes foram registrada­s em Alagoas, Estado também afetado pelo temporal dos últimos dias. As vítimas são das cidades de Coruripe, Campo Alegre e São Miguel dos Campos.

Em fevereiro deste ano, a cidade de Petrópolis, na região serrana do Rio de Janeiro, também foi atingida pelo maior desastre de sua história recente. Alagamento­s, enxurradas e deslizamen­tos causados pelas chuvas deixaram um saldo de 234 mortos após chuvas terem arrasado partes da cidade.

Cerca de um mês depois, na segunda quinzena de março, sete pessoas morreram após fortes chuvas voltarem a atingir a cidade.

As chuvas também atingiram outras cidades do Rio de Janeiro em abril. Ao todo, 20 pessoas morreram em decorrênci­a de temporais, sendo 11 em Angra dos Reis, sete em Paraty, uma em Mesquita e uma em Cachoeiras de Macacu.

Entre dezembro do ano passado e janeiro deste ano, Bahia e Minas Gerais foram os mais afetados pelas chuvas. Os temporais na Bahia deixaram 20 vítimas fatais atingiram 116 municípios, afetando cerca de 470 mil pessoas.

Na primeira quinzena de dezembro, a região extremo-sul da Bahia foi a mais atingida. As cidades de Itamaraju e Jucuruçu registrara­m bairros e distritos inteiros inundados com a cheia dos rios que cortam a região e famílias tiveram que deixar suas casas.

Nas casas, quase não restaram móveis. Nas ruas alagadas, geladeiras, armários e dezenas de colchões foram descartado­s nas ruas.

Já no final de dezembro, na época do Natal, a região sul do estado foi castigada pelos temporais, deixando debaixo d’água cidades importante­s como Itabuna, quinta maior do estado. Os municípios de Itambé e Jussiape registrara­m o rompimento de barragens.

“É uma tragédia gigantesca. Não lembro se na história recente da Bahia tem algo dessa proporção. É algo realmente assustador o número de casas, de ruas e de localidade­s completame­nte embaixo d’água”, afirmou na época o governador da Bahia, Rui Costa (PT).

Em Minas Gerais, onde as chuvas foram mais intensas entre janeiro e fevereiro, foram 30 mortes. Mais de 60 mil pessoas foram desalojada­s e mais e 9.000 perderam as suas casas.

Rios inundaram, moradores deixaram suas casas devido a alagamento­s ou ao risco de rompimento de barragens, e a circulação de veículos em rodovias foi afetada em mais de cem pontos. Ao todo, 445 municípios mineiros decretaram emergência por causa dos temporais.

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Clauber Caetano/Presidênci­a do Brasil/AFP Chuvas dos últimos dias deixaram ao menos 91 mortos em Pernambuco
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