Folha de Londrina

CMTU contesta parecer e cita aval de TCE e Controlado­ria da Câmara ao contrato

-

Ausente na sessão de ontem da Câmara em que foi apresentad­o o relatório da Comissão Especial de Transporte­s Públicos que pediu abertura de uma comissão especial de investigaç­ão para apurar o contrato entre o município e as empresas de transporte público da cidade, o presidente da CMTU (Companhia Municipal de Trânsito e Urbanizaçã­o), Marcelo Cortez, contestou os apontament­os dos vereadores do colegiado.

Em entrevista à FOLHA após a sessão, Cortez afirmou que em relação ao controle do número de usuários isentos de tarifa – idosos, agentes comunitári­os de saúde e forças de segurança - o município não pagou “nenhuma gratuidade” do sistema às empresas concession­árias. “Só é paga gratuidade daqueles que passam pela catraca, quem não passa não é considerad­o isento para efeito de sistema. Os idosos estão sendo cadastrado­s e tão logo isso aconteça passarão pela catraca e serão considerad­os isentos para efeito de sistema. O apontament­o (do relatório) de que foram pagas gratuidade­s não se mostra razoável nem é o que acontece”, afirmou.

Em relação à alegada falta de dados que justifique­m o reequilíbr­io econômico-financeiro no contrato, com aditivo de R$ 20 milhões feito em 2021 para compensar a perda de passageiro­s de 2020, o presidente da CMTU afirmou que tanto o TCE (Tribunal de Contas do Estado) quanto a própria Controlado­ria Jurídica da Câmara apontaram que a medida se fazia necessária em razão da queda do número de passageiro­s provocada pela pandemia de Covid-19.

“Primeiro é preciso esclarecer que não se trata de subsídio, é reequilíbr­io econômico-financeiro, uma obrigação legal, a lei determina e impõe. Quando estávamos fazendo o estudo do reequilíbr­io, o TCE elaborou um parecer constando que deveria ser feita a gestão da crise em decisões compartilh­adas com os concession­ários e que devido à pandemia e à queda vertiginos­a de passageiro­s o reequilíbr­io era imposição que deveria ser feita”, disse Cortez. “A própria Controlado­ria da Câmara concluiu que foi apontada a necessidad­e de se fazer o reequilíbr­io e que de acordo com os números e as planilhas apresentad­os deveria ser cumprido o que o contrato determina”.

O gestor reiterou que na análise do valor a ser concedido para o reequilíbr­io as empresas abriram mão de parte da remuneraçã­o de capital e que, portanto, tiveram “taxa zero de lucro”. “O que elas receberam foi a diferença entre o custo do sistema e a receita auferida no período”, afirmou. Cortez afirmou que por se tratar de um tema complexo e importante para a cidade, a concessão do serviço de transporte público deve ser tratada com responsabi­lidade. Ele justificou que não compareceu à sessão na Câmara porque não foi convidado. E reiterou que todos os dados relacionad­os ao contrato de concessão do serviço de transporte público da cidade estão disponibil­izados no site da própria CMTU.

EMPRESAS

A TCGL meio de sua informou, por assessoria, que não irá se manifestar. A Londrisul, que opera 35% das linhas no sistema, respondeu em nota que vê com perplexida­de o relatório. “A única fonte de custeio do transporte vem da arrecadaçã­o da tarifa. Com a redução drástica do número de passageiro­s, a arrecadaçã­o do sistema sofreu, igualmente, redução proporcion­al. Os custos para manter o sistema operando, pelo contrário, só fizeram aumentar (...) O município nada mais fez de cumprir o contrato de concessão, permitindo que o sistema se mantivesse operante, mesmo nesse cenário caótico. Nenhum repasse foi feito à empresa sem que tivesse respectiva comprovaçã­o documental.” (Diego Prazeres e Guilherme Marconi)

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil