Folha de Londrina

Zelenski acusa Rússia de deportar mais de 200 mil crianças da Ucrânia

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São Paulo - O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, acusou a Rússia de implantar uma “política criminosa” de deportação de ucranianos que teria atingido mais de 200 mil crianças desde o início da invasão.

Segundo Zelenski, que falou sobre o tema em seu tradiciona­l discurso diário na quartafeir­a (1º), as forças russas “removem à força adultos e crianças”.

O que o ucraniano chama de “um dos crimes de guerra mais hediondos da Rússia” estaria atingindo crianças órfãs, crianças com pais e crianças separadas das famílias, afirmou o presidente.

“O Estado russo dispersa essas pessoas em seu território e instala nossos cidadãos, em particular, em regiões remotas. O objetivo desta política criminosa não é apenas roubar pessoas, mas fazer com que os deportados esqueçam a Ucrânia e não possam retornar”, acusou Zelenski.

Ele também disse que até agora pelo menos 243 crianças morreram durante a guerra, 446 ficaram feridas e outras 139 estão desapareci­das. As informaçõe­s não puderam ser verificada­s de maneira independen­te.

A Rússia ocupa atualmente cerca de 20% do território da Ucrânia, disse Zelenski nesta quinta-feira (2) em um discurso por vídeo.

“Temos que nos defender contra quase todo o Exército russo. Todas as formações militares russas preparadas para o combate estão envolvidas nesta agressão”, disse ele, acrescenta­ndo que as linhas de frente de batalha se estendem por mais de 1.000 quilômetro­s.

Já a primeira-dama da Ucrânia, Olena Zelenska, 44, na primeira entrevista que concedeu a um canal de televisão desde o início da invasão russa, disse que ceder território à Rússia não impedirá a guerra.

“Você simplesmen­te não pode ceder partes do seu território. É como ceder sua liberdade”, disse ela ao canal americano ABC News. “Mesmo se você considerar [ceder] território­s, o agressor não pararia nisso. Ele continuari­a pressionan­do, continuari­a avançando mais e mais, [efetuando] mais e mais ataques contra o nosso território”, afirmou.

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