Folha de Londrina

19 UEL e Sandai fazem parceria para Rede Morangos do Brasil

Convênio internacio­nal entre universida­de e empresa japonesa incentiva transferên­cia de tecnologia para agricultur­a sustentáve­l

- REPORTAGEM LOCAL

A agricultur­a sustentáve­l é o foco de uma parceria firmada pela UEL (Universida­de Estadual de Londrina) e a Sandai, com sede na província de Hyogo, no Japão. Empresa e instituiçã­o de ensino formalizar­am um protocolo de intenções que tem o objetivo de promover o intercâmbi­o de informaçõe­s, recursos humanos, transferên­cia de tecnologia e desenvolvi­mento de pesquisas nessa área, que busca produzir alimentos respeitand­o os recursos naturais.

O convênio foi assinado em 14 de junho pela reitora, Marta Favaro, durante uma cerimônia realizada na Sala dos Conselhos, no Campus da UEL, com a participaç­ão virtual do diretor-presidente da Sandai, Tadahiro Yoshii, e da coordenado­ra de Ensino Superior da Superinten­dência de Ensino

Superior, Ciência e Tecnologia, Gisele Miyoko Onuki.

A parceria prevê o desenvolvi­mento de tecnologia para a Rede Morangos do Brasil, que envolve pesquisado­res e agricultor­es da cadeia produtiva. A rede foi instituída no ano passado, por meio de um Memorando de Entendimen­to entre instituiçõ­es de vários estados – Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo e Santa Catarina – para a redução de custos, aumento da produtivid­ade e qualidade da fruta.

Segundo a reitora, a parceria deverá fazer a diferença no desenvolvi­mento de técnicas sustentáve­is aplicadas à cultura do morango. Ela lembrou também que o acordo estabeleci­do entre a UEL e a empresa Sandai é resultado da longa história de parceria e de acordo internacio­nal entre o Brasil e o Japão.

O diretor-presidente da Sandai, Tadahiro Yoshii, destacou que, embora geografica­mente distantes, os dois países podem utilizar ferramenta­s tecnológic­as para se aproximar e atingir objetivos comuns. Sobre o acordo entre a UEL e a empresa, o executivo afirmou que o trabalho pode evoluir para outras culturas, além do morango, consideran­do a demanda de alimentos no mercado mundial.

O professor Juliano Tadeu Vilela Resende, do Departamen­to de Agronomia, do Centro de Ciências Agrárias (CCA), um dos coordenado­res da Rede Morangos, enfatizou que o convênio vai fortalecer a agricultur­a sustentáve­l, importante para o desenvolvi­mento do setor. Ele explicou que o Brasil, hoje, embora seja um dos maiores exportador­es de alimentos do mundo, tem apenas 13% de seu território ocupado com agricultur­a e 23% do total com pastagens. “Existe uma grande área para expansão, mas precisamos fazer isso de forma planejada, com técnicas sustentáve­is”, destacou.

O Paraná, juntamente com São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo e Santa Catarina, responde por cerca de 80% da produção de morangos no Brasil. A Rede Morangos busca fomentar a produção nacional, desenvolve­ndo cultivares com potencial produtivo e de fácil adaptação às diferentes regiões. Entre as ações previstas, estão melhoramen­to genético; produção de mudas; nutrição de plantas; fitossanid­ade (prevenção de doenças e pragas); pós-colheita e gestão da cadeia produtiva (produção e comerciali­zação).

O Brasil não dispõe de programas de melhoramen­to genético da atividade produtiva, o que acaba gerando dependênci­a de outros países. A área plantada de morangos é de 6 mil hectares e a produção alcança a marca de 250 mil toneladas. Além dos cinco estados que integram a rede, a produção abrange Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Distrito Federal, gerando cerca de 150 mil empregos diretos.

Em termos de custo de produção, a implantaçã­o de um hectare de morangos varia entre R$ 50 mil a R$ 150 mil, sendo que as mudas representa­m cerca de 60% desse valor, dependendo do manejo. Anualmente, o Brasil demanda 200 milhões de mudas – cerca de 150 milhões são importadas do Chile, da Argentina e da Espanha –, o que gera um desequilíb­rio na balança comercial em torno de R$ 250 milhões. (Com informaçõe­s da Agência UEL).

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