Folha de Londrina

A criativida­de como riqueza e o setor em Londrina

- Tamiris Anunciação Especial para FOLHA

O aumento de 13% na criação de postos de trabalho na Economia Criativa brasileira, em um período pós-pandemia, evidenciou um ponto importante: a taxa de recuperaçã­o do setor seguiu a tendência do total da economia brasileira. De acordo com os dados do Observatór­io Itaú Cultural os números não apenas possuem variações bastante próximas, mas a economia criativa apresentou uma recuperaçã­o levemente mais acelerada.

Para enxergar todo o potencial que as atividades criativas possuem, é preciso entender seu valor enquanto cadeia produtiva, que envolve artistas e profission­ais criativos, empresário­s, mídia e, é claro, o poder público. Em Londrina, existe uma série de debates sobre como a Economia Criativa poderia fomentar e ampliar o desenvolvi­mento econômico sustentáve­l na cidade.

Edra Moraes é profission­al de marketing, escritora, e foi quem deu início ao movimento Londrina Criativa,

ação pioneira no Brasil, em maio de 2011. O contato com o termo Economia Criativa aconteceu em 2006, quando Edra morava na Irlanda. Um dos planos que o movimento pretendia alcançar era trazer para Londrina o título de cidade criativa, mas também criar um ambiente propício para que o setor criativo gere riqueza.

“A cadeia que envolve todo produto cultural é muito grande. Existem vários profission­ais além do artista. Essa cadeia precisa estar clara para o gestor público. Se ele não olhar para a cultura como uma riqueza, fica superficia­l. Quando ele entende a cadeia, ele envolve outros profission­ais”, destaca Edra Moraes.

Para que a economia criativa se desenvolva, Edra acredita que são necessária­s políticas públicas para administrá-la. Tornando a criativida­de um potenciali­zador de negócios, empregos e turismo para o município. “Sem projeção de mídia e o envolvimen­to do empresaria­do, as ações não são ampliadas. Se o turismo vem junto com a cultura, por exemplo, meu evento deixa de ser apenas local”, pontua.

A economia criativa é cíclica e pode beneficiar diferentes setores ao mesmo tempo. Por exemplo, um produto cultural com captação de verbas nacionais, boa projeção de mídia, trará recursos para a cidade. Além, é claro, de movimentar profission­ais locais e, no caso de eventos, pode estimular o turismo, o que movimenta a economia do município como um todo.

O caderno de estudos de 2018 lançado pelo Fórum Desenvolve Londrina, tem como tema “Economia Criativa Como Desenvolvi­mento Sustentáve­l De Londrina”. O documento apresenta problemas e soluções com base em indicadore­s locais para a ampliação do setor no município.

Entre as conclusões do estudo, o conceito de ecossistem­a criativo é colocado como uma forma de demonstrar na prática a importânci­a das ligações entre os setores público e privado com as comunidade­s locais, usuários finais e instituiçõ­es educaciona­is na construção de uma economia criativa local.

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Acervo pessoal Edra Moraes: profission­al de marketing e escritora deu início ao Londrina Criativa em 2011

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