Famílias carentes recebem vale-gás
A dona de casa Angélica Bispo dos Santos chegou animada à Escola de Circo de Londrina, na avenida Saul Elkind, zona norte. A alegria não era para menos. Fazia três dias que estava sem gás em casa e o vale recebido por meio da ação da Cufa (Central Única das Favelas) em parceria com a Petrobras representava um alívio. “Estava cozinhando no fogão a lenha. Estou muito feliz”, relatou. Angélica mora com o esposo, que quando consegue faz trabalhos de pedreiro, e os filhos de sete e nove anos no residencial Flores do Campo.
A família foi uma das 100 beneficiadas com o vale-gás distribuído na semana passada. Os contemplados são de sete localidades carentes da região norte e foram indicados por lideranças locais. As famílias poderão retirar o botijão com uma distribuidora que foi credenciada.
Mais de 540 pessoas serão impactadas a cada 40 dias. “De agora até o fim do ano serão cinco vale-gás para cada uma das pessoas cadastradas no programa. Serão R$ 130 a menos na despesa do dia a dia delas”, destacou Lua Gomes, coordenadora regional da Cufa.
Para a dona de casa Adriana Rodrigues da Luz, que vive no conjunto Vista Bela com os três filhos, de seis, 11 e 13 anos, o vale chegou em boa hora. Desempregada, ela tem improvisado fogo com álcool para poder cozinhar quando o botijão fica vazio. “Muitas vezes não tenho dinheiro para comprar o gás e uso álcool. Mesmo com álcool não é tudo que dá para cozinhar com ele. Graças a Deus ganhei esse gás.”
Na Região Metropolitana de Londrina, 50 moradores de Mauá da Serra também terão os vales pelos próximos meses. No Brasil, a Petrobras está destinando aproximam ente R$ 50 milhões apenas para a Cufa com esta iniciativa. No primeiro trimestre deste a empresa registrou lucro líquido de R$ 44,5 bilhões.
FOME
Segundo Lua Gomes, apesar do gás atenuar a situação das famílias, a preocupação ainda continua, principalmente com a comida. Ela relatou que as doações de cestas básicas caíram de maneira vertiginosa. Se no auge da pandemia de Covid-19 a entidade recebia de 75 a 120 cestas por semana para entregar nas comunidades, hoje a média é de 30 por mês. “Sabemos que muitas dessas famílias estão passando fome. Damos o gás e o próximo ‘mistério’ é como vão conseguir comida para colocar nas panelas.”