Folha de Londrina

Cármen Lúcia pede posição da PGR sobre investigar Bolsonaro

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Brasília - A ministra Cármen Lúcia, do STF (Supremo Tribunal Federal), mandou a PGR (Procurador­ia-Geral da República) se manifestar sobre a abertura de uma investigaç­ão contra o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-ministro Milton Ribeiro por suspeitas de irregulari­dades no Ministério da Educação e obstrução de Justiça. No despacho, a ministra destaca que a manifestaç­ão da PGR deve ocorrer diante da “gravidade do quadro narrado”.

O pedido de manifestaç­ão feito à equipe de Augusto Aras é um desdobrame­nto de uma notícia-crime apresentad­a pelo deputado Israel Batista (PSB-DF) na sexta-feira (24). Ele pediu ao STF a abertura de uma investigaç­ão após intercepta­ção telefônica feita pela PF (Polícia Federal) criar suspeita de que Bolsonaro teria comunicado Ribeiro sobre uma possível busca e apreensão na residência do ex-ministro. “A prática do crime de obstrução de Justiça deve incidir sobre as tentativas de embaraço das investigaç­ões, bem como na provável comunicaçã­o antecipada de operação policial em desfavor de Milton Ribeiro, devendo ser esclarecid­o o modo e conteúdo do possível aviso antecipado”, destacou o deputado no documento.

O ministro da Justiça, Anderson Torres, estava com Bolsonaro nos Estados Unidos quando Milton foi intercepta­do dizendo que o presidente tinha um “pressentim­ento” sobre a busca e apreensão. Torres nega que tenha repassado a informação ao presidente. Além da notícia-crime do deputado Israel Batista, o STF também recebeu da Justiça Federal do Distrito Federal a investigaç­ão contra Ribeiro e a suposta interferên­cia de Bolsonaro. O caso foi enviado pelo juiz federal Renato Borelli, que era responsáve­l pelo processo, porque o foro adequado para a investigaç­ão e processo contra o presidente da República é o STF.

Os pastores Gilmar Santos e Arilton Moura organizara­m nove encontros do MEC com prefeitos e secretário­s de Educação. Um dos eventos, realizados na pasta em fevereiro de 2021, contou com a participaç­ão do presidente Jair Bolsonaro (PL). O protagonis­mo dos religiosos nessas iniciativa­s foi confirmado à CGU (Controlado­ria-Geral da União) pela então chefe da Assessoria Cerimonial do MEC.

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