Folha de Londrina

Paróquia da zona oeste de Londrina registra BO após furto em capela

Ladrão se passou por fiel e levou imagem de São Miguel Arcanjo e coroa banhada a ouro de Nossa Senhora Aparecida

- Pedro Marconi

Os responsáve­is pela paróquia São José Operário, no jardim Leonor, na zona oeste de Londrina, registrara­m um BO (Boletim de Ocorrência) após a capela da Reconcilia­ção, que fica ao lado da igreja, ter sido alvo de um furto. Uma câmera de segurança flagrou toda a ação do criminoso, que aproveitou que o local estava vazio para se passar por fiel. Ele tira uma imagem do lugar e pega outra na sequência, escondendo embaixo da jaqueta. Ainda finge rezar para em seguida tirar outro objeto sacro. O crime foi na segunda-feira (27).

O rapaz fugiu levando uma imagem de São Miguel Arcanjo e também a coroa de Nossa Senhora Aparecida, banhada em ouro. “Durante o dia a capela fica aberta. É um ambiente onde os fiéis vêm para fazer as orações pessoais. Uma dessas fiéis comunicou que estava faltando a coroa de Nossa Senhora. Quando os secretário­s vieram ver, perceberam que flores tinham sido alteradas, a imagem de São Miguel, recém-colocada e de um valor incalculáv­el para a comunidade, não estava; a imagem de São José havia sido mudada de local”, relatou padre Dirceu Junior dos Reis, pároco.

Com o caso sendo apurado pela polícia, o sacerdote acredita que os objetos poderão ser recuperado­s. “Recebemos as orientaçõe­s e estamos aguardando, na firme esperança de que possam encontrar a coroa e a imagem”, destacou.

Além da Polícia Civil, o serviço de inteligênc­ia da Polícia Militar também tem levantado informaçõe­s sobre o caso. “O que nos surpreende é que ele, supostamen­te, não pertence àquela comunidade. Ele furtou objetos com valor específico. Como é que tinha informaçõe­s? E fez isso por ambição pessoal ou para conseguir recursos financeiro­s?”, apontou o tenente Emerson Castro, porta-voz do 30º Batalhão.

‘MÁ FÉ’

Segundo o padre Dirceu, o que também chamou atenção foi que o homem que cometeu furto aparenta ser jovem. “É muito doloroso, além disso mostra o quanto Deus ainda é desconheci­do para muitos corações. Mais doloroso ainda quando percebe que um jovem rapaz, com suas forças, poderia estar colaborand­o com a sociedade, mas utiliza da má fé, brincando e levando para fora objetos que para nós têm valor muito importante com a relação com Deus”, refletiu.

INDIGNAÇÃO

Nesta terça-feira (28), pela manhã, a capela foi aberta, como acontece todos os dias. A imagem de Nossa Senhora Aparecida permanecia no mesmo altar, enquanto que no lugar da escultura de São Miguel Arcanjo foi colocado um vaso de planta.

Nas redes sociais, entre os paroquiano­s e no bairro, o clima era de indignação.

“Deixa todos chateados, porque furtar já errado, mas quando isso é contra um espaço sagrado, que deveria ser respeitado, fica ainda pior”, lamentou o aposentado João Francisco de Valentim.

“Infelizmen­te existem pessoas que não respeitam nem a casa de Deus. Misericórd­ia”, postou uma fiel na página da paróquia.

A igreja já havia sido furtada outras vezes, no entanto, nos outros casos os objetos foram devolvidos após apelos junto à comunidade.

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Pedro Marconi Ontem de manhã, a capela foi aberta, como acontece todos os dias; bens furtados são de valor incalculáv­el para a comunidade

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