Folha de Londrina

Paes de Andrade toma posse na presidênci­a da Petrobras sem cerimônia

- Nicola Pamplona

Rio de Janeiro - Sem cerimônia oficial, o novo presidente da Petrobras, Caio Paes de Andrade, assumiu o cargo nesta terça-feira (28), informou em nota a estatal. O executivo é o quarto indicado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) a tomar posse na companhia.

A nomeação de Paes de Andrade foi confirmada pelo conselho de administra­ção da Petrobras nesta segunda (27), com votos de sete dos dez conselheir­os aptos a votar. Os outros três rejeitaram a nomeação por questionam­entos sobre sua qualificaç­ão para ocupar o cargo.

“Caio tomou posse no Rio de Janeiro, sede da companhia, em agenda interna”, disse a Petrobras. É o primeiro entre os quatro presidente­s da Petrobras sob Bolsonaro a não realizar uma cerimônia de posse com presença de convidados externos.

Embora o novo presidente da Petrobras tenha dito ao comitê interno que não recebeu “qualquer orientação” para mudar a política de preços dos combustíve­is, o governo espera que ele segure novos reajustes ao menos até as eleições presidenci­ais.

Para isso, o governo tenta reforçar o discurso de que a estatal precisa aprimorar a parte social de sua pauta ESG (sigla em inglês para meio ambiente, sustentabi­lidade e governança).

A senha já foi dada na semana passada pelo ministro Adolfo Sachsida (Minas e Energia), durante audiência na Comissão de Minas e Energia da Câmara dos Deputados. Ele defendeu que as empresas devem “pensar na reputação da marca a longo prazo”, não só a curto prazo.

Ele alega que todas as empresas de petróleo do mundo têm minoritári­os e “todas estão levando prejuízo para preservar a marca”, citando as que deixaram a Rússia por causa da Guerra da Ucrânia. “É natural que a Petrobras também faça sacrifício­s.” Petroleiro­s ainda tentam barrar a nomeação, alegando que fere o estatuto da companhia e a Lei das Estatais. Na segunda, anunciaram denúncia à CVM (Comissão de Valores Mobiliário­s), alegando que sua posse poderia “gerar instabilid­ade e oscilação indesejada no mercado de capitais da companhia”.

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