Empresários veem crise na Caixa como golpe para o presidente da República
A queda de Pedro Guimarães da presidência da Caixa em meio a acusações de assédio sexual foi vista por grandes empresários como um golpe preocupante para Bolsonaro em um período delicado de seu governo.
A avaliação é que ela chega no momento em que Bolsonaro se vê engessado nas pesquisas e pressionado pelas denúncias de corrupção no MEC, inflação, juros altos, interferências na Petrobras, cobranças na área ambiental e uma nuvem carregada de crises para contornar.
Enquanto isso, a nuvem que envolve Lula tem outro clima neste momento, segundo a observação de um grande empresário. Ou seja, os episódios de crise que acompanham Bolsonaro nas últimas semanas coincidem com o momento do petista em uma agenda de aproximação ao setor privado e com jantares e conversas sobre propostas e governabilidade.
As crises no campo bolsonarista, avalia um alto executivo, estão atrasando o embate em que se esperam, de um lado, Bolsonaro acusando os governos petistas de corrupção, enquanto tenta se defender do fracasso econômico a que o país chegou às vésperas da eleição.
Em três anos de gestão, o presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, transformou o banco em uma máquina de promoção de “boas notícias” para o governo na mesma velocidade com que colecionou acusações de assédio sexual e desavenças no comando da instituição. Desde que assumiu o cargo, em janeiro de 2019, Guimarães implementou uma agenda reformista e não se cansava de criticar a gestão petista que, segundo ele, conduziu o banco a negócios duvidosos marcados por corrupção e prejuízos.